TEOREMA II

TEOREMA II
TUDO em oposição ao NADA representa as coisas matérias e imateriais, coisas de fato e de raciocínio, a soma de toda coisa que existe no mundo das idéias e no mundo da matéria.
Escólio
Tudo que existe real ou imaginariamente de alguma maneira produz efeito no mundo, seja no interior ou exterior da pessoa que se põe como ponto de referência.  Portanto, faz parte de Tudo. O Nada não existe nem pode ser pensado. Na minha filosofia Tudo e Nada conota o existente em oposição ao inexistente.

Tudo e Nada são concepções do entendimento humano que é causa das mais complexas definições e questionamentos. Parece que não há uma resposta definitiva já que a definição é abstrata, isto é, um assunto que não se exauri por si só, pois novas conjecturas e especulações sempre são possíveis.
Mas, examinando pela ótica plausível encontramos uma definição simples. TUDO é a soma daquilo que existe. NADA é o inexistente. E o inexistente, uma concepção da não-realidade é, tão-somente, uma abstração cognitiva. Algo que se aloja no pensamento de forma genérica, pois a não-existência jamais poderá ser identificada per si, já que, o inexistente não pode ser concebido nem mesmo pela fantasia ou imaginação.
Penso que o inexistente, ou em outras palavras, o NADA não pode ser classificado, pois não há maneira de pensar sobre ele ou seu conteúdo, já que é ausente de qualquer coisa. Por outro lado, TUDO é o conjunto de todas as coisas que existem, englobando as fantasias e pensamentos imaginativos  que apesar de não existirem de fato, existem no pensamento e por essa razão causam algum efeito no mundo fático suficiente para considerarmos existente.
Portanto, usarei a expressão TUDO para designar o real e o imaginário, a matéria e a energia, o visível e o invisível, ou seja, tudo que existe de alguma forma e traz causas e efeitos no mundo, porque aquilo que não existe de forma alguma jamais será conhecido e, é isto, que se denominará NADA.
O Nada não é conhecido e jamais será. Quando especulamos algo impossível, como por exemplo, um círculo quadrado, nossa idéia logo descarta essa possibilidade, pois onde está um: o circulo, não pode estar o outro: o quadrado. Portanto, isso é nada, mas não o Nada absoluto, do qual me refiro. Porque pode não ser possível, mas o fato do pensamento criar a palavra, ainda que sem figura, incitou no mundo fático o questionamento de algo, que deixou de ser nada para ser alguma coisa. O Nada não é pensado, porque é nada.
O exemplo acima “círculo-quadrado” é uma figura impossível, entretanto, criei a palavra em meu pensamento, bem como, as duas figuras ainda que separadamente uma em sobreposição a outra consecutivamente. Portanto, houve neste instante o surgimento do elemento idéia, cujo qual, existe de fato. Ainda que não possamos dimensionar e quantificar a idéia através de uma composição material poderá fazê-la em uma dimensão imaterial, logo, deixou de ser Nada para ser alguma coisa que de fato existe. O Nada não existe de forma nenhuma. Não há possibilidade de identificar o Nada.
O Nada não existe, pois o pensamento Divino – que representa Tudo – ocupa qualquer espaço, ao menos, o espaço ao qual nos inserimos (Universo), fato que, para nós há evidente impossibilidade do Nada. Porque nós estamos em Tudo, o qual é o próprio pensamento Divino que, por sua vez, é impossível, por essência, conter Nada.
A questão torna-se complicada quando questionamos o seguinte: o pensamento existe desde sempre ou surgiu em algum instante?
Nossa atual observação cientifica do pensamento remonta ao Big-Bang. Então a pergunta: teria ele surgido naquele momento e a partir do quê e por quê?
Essas respostas encontram-se no Teorema XIII.