TEOREMA VII
Tudo que percorre uma trajetória em determinado espaço sob certa velocidade deixa um rastro que tem diversas aparências dependendo de onde se encontra o observador.
ESCÓLIO VII
O tempo é a percepção que temos sobre o rastro que deixamos para trás no dia-a-dia.
Sabemos que o tempo é relativo, pois ele não existe como um ente absoluto e pontual depende da soma de alguns fatores que para cada evento em particular expressará um tempo determinado. Então é bastante correto afirmar que vivemos em um espaço com diversos tempos diferentes ocorrendo simultaneamente.
O tempo é definido a partir do observador que calcula o interstício que um corpo se desloca do ponto A para o B. Mas, considerando um observador não inerte, o seu movimento altera a percepção do movimento alheio resultando na alteração do tempo.
Ocorreu-me que neste Universo nada é inerte, todos os corpos estão em movimento, portanto a velocidade talvez não seja a pedra angular do tempo, mas o espaço que este corpo se desloca.
Nós, seres viventes do planeta Terra, estamos confinados a um espaço muito pequeno em relação ao Universo, portanto, é fácil estabelecer um tempo padrão relativamente igual a todos os seres.
O espaço que percorremos é finito, por isso, a idéia do fim e a percepção das coisas acabarem. Se possível fosse percorrer distâncias absurdamente grandes nossa percepção do tempo aumentaria proporcionalmente.
Quanto maiores as distâncias percorridas menor é a percepção do fim.
Penso que a condição mortal das coisas está diretamente relacionada à nossa capacidade de se deslocar no espaço.
Mas, neste ponto, entra outra questão fundamental: o que é o espaço?
Pelo que conhecemos o espaço não tem limites, por isso consideramos infinito. Há, atualmente, algumas conjecturas dos limites do espaço, mas são apenas teses sem sustentação.
De fato percebemos um espaço vasto, a ponto de considerá-lo infinito. Acho, dentro da minha filosofia, que o espaço é abstrato, uma vez que se trata do pensamento do ente criador. O espaço é a substância primordial, cuja tal é a realidade concreta da abstração do pensamento do criador.
Apesar de existir como de fato percebemos existir, o espaço é algo imaginado, portanto sem limites. Entenda-se: imaginado pelo ente criador. Seu pensamento existe, logo existe de fato e palpável. Aquilo que considero a substância, matéria primordial para a formação de tudo, inclusive do espaço.
Então, para nós, que somos partes integrantes deste pensamento abstrato vemos o fragmento logo subseqüente ou antecedente que nos determina uma localização. Esta localização situada pela percepção dos fragmentos contíguos do pensamento abstrato dá a noção de espaço. Mas cada qual com sua noção de espaço jamais alcançarão o limite absoluto, pois sempre haverá um fragmento com a noção de espaço ao seu redor.
Em suma, o espaço é infinito, mas nossa posição dentro dele é perceptível por uma necessidade intrínseca das ligações dos fragmentos. Contudo, podemos percorrer qualquer espaço, de maneira que o tempo se altera, bem como, a percepção de nós mesmos.
O espaço é uma abstração do criador que se faz de maneira lógica e concatenada. Tudo, inclusive nós, é o elo desta concatenação.