O MUNDO NÃO ACABOU

O mundo não acabou...
O Natal chegou...
Um novo Ano se aproxima...
Antigas esperanças se renovam, novas promessas para velhas ambições, expectativas que se criam diante de um Futuro iminente.
Para muitas pessoas, a idéia de uma transformação radical da vida através do fim do mundo está adiada. O mundo não acabou e terão que se contentar com a mesmice de todos os anos.
O Natal bate à nossa porta e com ele o espírito de caridade, altruísmo e reflexão. Ainda que o consumismo seja a marca patente desta época do ano e o Papai Noel seu representante comercial mais bem sucedido, em algum momento, nem que por alguns minutos, todos refletem sobre a complexa filosofia de Jesus Cristo. Mesmo quem não compartilha desta fé - que é meu caso – não fica indiferente às profundas reflexões humanas que esta pessoa santificada deixou como legado.
Dia 25 de dezembro. Depois das considerações sobre a natureza humana, sejam fugazes ou persistentes, que todos em grupo ou na intimidade da introspecção fazem nesta época aproxima-se, finalmente, a realidade de mais um ano.
O Ano Novo chega imbuído de esperança e alegria, pois remete à idéia do início de um ciclo; uma nova etapa a ser conquistada em 365 dias; um novo período onde poderemos realizar aquilo que ambicionamos.  Esta esperança por realizações é o mote da satisfação e alegria.
Mas, a realidade é cruel e muitas vezes o ano novo pode ser pior que o anterior ou, na melhor das hipóteses, igual. Por isso, entendo que pessoas com mais anos vividos não tem o mesmo furor do réveillon comparado às mais jovens.
Empiricamente se sabe que entra ano, sai ano e as coisas continuam como sempre. Obviamente é figura retórica porque nenhum ano é igual ao outro, mas no balanço geral pode não ter havido alterações significativas. No geral um ano é igual ao outro, sem novidades, com os problemas de sempre: falta de dinheiro, desmotivação no trabalho, parentes que se vão, luta diária, labor incessante, perspectivas de glorias apenas no vídeo da TV. Não há mais amores ou saudade. A rotina segue seu curso e a vida morna continua.
 Isto para os velhos, que com muita experiência perderam o deslumbramento com o novo, não há mais coisa que surpreenda. Quando digo velho não me refiro apenas à idade, mas, principalmente, ao espírito.
Tem o outro lado...
Empiricamente se sabe que um ano não é igual ao outro. E não é apenas figura de retórica. Realmente um ano é bem diferente de outro. São outros problemas: encontrar novas formas de alcançar o almejado; a melhor criação dos filhos; soluções novas para antigos problemas no serviço; conseguir mais dinheiro para novos bens; ser criativo em um mundo dinâmico e permanentemente mutante. Amar incondicionalmente velhas pessoas ou coisas; apaixonar-se perdidamente como a primeira vez; encarar a rotina sempre como novo desafio. Surpreender-se com as novas descobertas; vislumbrar o futuro como algo realmente inovador e progressista.
Isto para os jovens, que com muita experiência cultivam a inovação, a expectativa, a esperança de conquista. O jovem guarda o sentimento do inesperado, a vontade de alcançar o impossível, a idéia de que qualquer fantasia é possível. No mundo o limite é o infinito.
Existem dois tipos de Ano. Escolha o seu.