ARGUMENTO SOBRE A INEXISTÊNCIA DA MORTE E EXPLICAÇÃO CONCEITUAL DA ETERNIDADE

PARTE I

A morte – conforme a razão humana, baseada no entendimento geral empírico – é a percepção da desintegração da forma, da noção de unicidade do indivíduo que deixa de ser inteiro ou único.
Morte é a dedução possível da vida considerada como una, da mesma forma que grande parte da humanidade considera Deus único. Quero dizer que temos o conceito da morte porque “a priori” existe o conceito da vida. E a vida apesar de um conjunto de órgãos é considerada em conjunto pela “finalidade” que observada sobre nosso ponto de vista parece ser o alcance final de um ente. Portanto, excluímos a concepção das partes para considerar como sublime o conjunto de todas elas para formar um ente imbuído de significado. Apenas partes não representam um ser. O ser tem que ser completo, ainda que imperfeito, cuja perfeição (ou imperfeição), também exige uma forma determinada.
Ao nascer uma criança sem cérebro (anecéfalo) não é considerada um individuo, pois não está “completo”. Suas partes não são suficientes para considerar um ser humano, mesmo porque o ser humano deve sua existência ao fato de pensar. Mas o pensar só é possível pela constatação empírica e indispensável do conjunto. Jamais saberemos se partes pensam porque somos conjunto.
Mas sabemos que sozinhos nada somos, precisamos dos outros para sermos, porque ninguém é uma ilha, o ser humano se desenvolve através da convivência com pessoas, necessitamos socializar, somos vários órgãos para formar órgão único.
Um ente público é formado por varias pessoas (vários órgãos),
Uma empresa é formada por varias pessoas (vários órgãos),
Uma cidade é formada por várias pessoas (vários órgãos),
Um Estado é formado por várias pessoas (vários órgãos),
Um País é formado por várias pessoas (vários órgãos),
Uma sociedade é formada por várias pessoas (vários órgãos),
Uma família é formada por várias pessoas (vários órgãos),
O Planeta é formado por várias pessoas (vários órgãos),
Uma pessoa é formada por vários órgãos.
Finalmente, nos consideramos únicos sem se dar conta que a unicidade só é possível pela manutenção do conjunto.
Havendo entendimento desta concepção, passamos a compreender que nossa razão não consegue considerar as partes, mas, não significa que são insignificantes e “irracionais”, ao contrario, tudo só é possível por elas, portanto, há muito mais.
As pessoas que conseguem agregar as partes SÃO TODAS vencedoras, vão assumir uma posição superior, pelo simples fato de estarem compreendendo, apesar de parte, um volume maior do inteiro – que é formado essencialmente pelas partes.
A MORTE.
A Morte, portanto, é a dissolução da forma. A desagregação das partes. A separação dos órgãos.
Mas, o fato dos órgãos se dissociarem não significa que “acabou”, somente que existirá de outra forma, preservando a experiência adquirida na forma anterior e agregando conhecimento da nova forma.
O conjunto de Tudo é Deus.
Deus desagrega suas partes na medida que conhece a si mesmo, e, como a exploração de si é algo ininterrupto sempre está dissociando as partes, dividindo aos pedaços cada vez menores que, geralmente, se embatem pela força natural da subtração.
Mas, essa constante subtração só é possível pela adição anterior. Somente se subtrai de algo somado.
Tira-se do maior o menor, assim eternamente.
Deus, portanto, é o inteiro com a concepção dos pedaços.