“Arranhando a Superfície”, este é
o titulo do livro que Gerald Thomas lançou dia 10/2013 na livraria Travessa, no
Rio. Não li o livro, tampouco conheço seu conteúdo. Mas, se tratando do autor
certamente deve inovar, no mínimo uma visão surpreendente sobre coisas antigas.
Exatamente como despontou, logo em seu lançamento, a polemica atitude de Gerald
tentar com sua mão alcançar a excitante vulva da entrevistadora do
“Pânico” - Nicole Bahls – no momento em
que abordava Gerald.
A foto que circulou como um vírus
pela rede e, imediatamente, causou o surgimento de milhares de comentários,
conceitos e julgamentos me pareceu tão simbólica e teatral como somente o
próprio Thomas consegue, através da imagem viva, representar.
Representar as dicotomias
humanas, seus absurdos e incongruências, a chacota e o vulgarismo que nós
humanos conseguimos alcançar dentro da nossa limítrofe insurgência desajeitada.
O “Pânico” tem como
característica predominante intimidar seus entrevistados através de uma
desmistificação do entrevistado, a partir do humor debochado traz qualquer “celebridade”
à forma de pessoa, carrega a um patamar dos humanos comuns. Os expectadores,
por seu lado, admiram e acham isso engraçado, pois entendem sem artimanhas que
somos todos ínfimos.
Mas, o “Pânico” insurgente contra
esta dinâmica perniciosa – celebridades transformadas em deuses – comete atos
também perniciosos quando exagera na derrubada do” mito midiático” através das
mulheres gostosas vendidas como carne “a atacado” e insultadas como mixaria;
insultos interpessoais; exposição e confusão demasiada entre o real e
imaginário(aquilo que é próprio do vídeo).
Dentro desta relação: -“equivocada
e nefasta representação do ser pela mídia”(é o caso das Celebridades)- e -“real
Ser na mídia” (Pânico, através do deboche)- , surge Gerald Thomas arranhando a
superfície.
Aquele que inverteu a lógica e
tentou dedilhar a vulva da apresentadora, chocando os telespectadores com o
sexo vendido, fácil e vulgar, que estão cansados de ser bombardeados pela
mídia. Tomou outra conotação. Algo que se parou para pensar, finalmente.
As pessoas vão dizer, comentar,
expor suas idéias. A discussão iniciou-se.
Alguma superfície foi arranhada