Faz alguns anos
que tento encontrar uma definição para minha posição religiosa, se bem que não
é apropriado usar a expressão “religiosa” já que não se trata de religião, mas
uma crença baseada em minhas próprias convicções cognitivas e filosóficas.
Motivo pelo qual pensava não ser possível encontrar tal definição por ser algo
muito pessoal.
Para minha
surpresa, esta semana, deparei-me com a categorização que buscava, finalmente,
me senti parte de um grupo de pessoas que compartilham o mesmo pensamento. E
não devem ser poucas, visto ter nome e definição a categoria de pessoas que
reúnem os mesmo pontos de vista sobre a questão divina.
Na verdade, trata-se
de uma corrente filosófica surgida na Era Antiga ligada aos filósofos gregos,
especialmente a Aristóteles, com forte ascendência durante o Iluminismo com
apoio de nomes de respeito, como Isaac Newton e Voltaire.
Chamado de
Deísmo é um movimento que aceita a existência e natureza de Deus (Criador ou
não) através da razão, livre pensamento e experiência pessoal. Sempre baseado
na Ciência e desconsiderando a fé incondicional e inexplicável. Outra
característica importante é não ser uma religião institucionalizada dotada de
construções, líderes ou dogmas.
Dentro desta
linha de raciocínio surge uma corrente de pensamento onde se mistura o
Panteísmo com o Deísmo originando o Pandeísmo, cujo qual me identifico
profundamente, já que considera que
tudo compõe um Deus abrangente e imanente, ou que o Universo (ou Natureza) é
idêntica à divindade.
Apresento, ao
leitor, os dez mandamentos do deísta:
- Admito uma existência divina, mas com características distintas das
religiões.
- Corroboro que a "palavra" de Deus são as leis da natureza
e do Universo, não os livros ditos "sagrados" escritos por
homens em condições duvidosas.
- Uso apenas a razão para pensar na possibilidade de existência de
outras dimensões, não aceitando doutrinas elaboradas por homens.
- Creio que se pode encontrar Deus mais facilmente fora do que dentro
de alguma religião.
- Desfruto da liberdade de procurar uma espiritualidade que me
satisfaça.
- Prefiro elaborar meus princípios e meus valores pessoais pelo
raciocínio lógico, do que aceitar as imposições escritas em livros ditos
"sagrados" ou por "autoridades" religiosas.
- Sou um livre-pensador individual, optando orientar minhas escolhas
éticas através de sua consciência e reflexão racional e, minhas convicções
não se formaram por força de uma tradição ou da "autoridade" de
outros.
- Acredito que religião e Estado devem ser separados.
- Prefiro me considerar um ser racional, ao invés de um ser
religioso.
- O raciocínio lógico é o único método pelo qual podemos ter certeza sobre
algo.