CURA GAY

Um Homem bastante sábio há muito tempo atrás disse:

...Não julgueis e não sereis julgados.

 Pois como julgardes os outros, sereis também julgados; e a medida com que medirdes será usada para medir-vos. 

Por que olhas o cisco no olho do teu irmão e não vês a trave no teu?

Como ousas dizer ao teu irmão: “deixa-me tirar o cisco de teu olho”

Quando tu próprio tens uma trave no teu?

Hipócrita?

Retira primeiro a trave do teu olho, e então enxergarás bem...

Também é de ensinamento milenar a voz de outro grande sábio que disse:

...E quando dois grupos de crentes combaterem entre si, reconciliai-os, então.

E se um grupo provocar outro, combatei o provocador, até que se cumpram os desígnios de Allah.

Se, porém, se cumprirem (os desígnios), então, reconciliai-os equitativamente e sede equânimes, porque Allah aprecia os equânimes...

Como se pode observar, portanto, a história da humanidade sempre foi permeada por conflitos oriundos de conceitos próprios de uma pessoa ou um grupo de pessoas que, necessariamente, redundam em dogmas, preconceitos, categorizações. Por isso a necessidade dos sábios se posicionarem a respeito.

Quanto maior o grupo que compartilha o mesmo ideal ou idéia, maior será a recriminação pelo diferente ou oposto.

As pessoas sábias sabem que todo ser humano, invariavelmente, possui virtude e impudicícia ao mesmo tempo.

E tais concepções são baseadas unicamente na conjectura racional do espírito.

Socialmente, a partir de legislações esclarecidas, separamos o “joio do trigo” usando uma simples regra: aquilo que afeta de maneira nefasta cada componente da sociedade ou ela como um todo; e, de outro lado, aquilo que é irrelevante. 

Para tudo que é nefasto é aplicada uma sanção equivalente. Para o que não é nefasto nada é aplicado.

A maioria das legislações do planeta não aplica qualquer sanção à homossexualidade, ao contrário, lhe confere proteção por saber que existem grupos que praticam o exercício arbitrário das próprias razões.

Este fato humano não traz prejuízo à sociedade. A homossexualidade condiz com a liberdade humana de escolha, cujo direito inalienável não só não produz prejuízo à sociedade, como contribui para seu crescimento através da dialética necessária.

Não se trata de doença, nem safadeza, porque o caráter de uma pessoa está em sua personalidade e não na identificação sexual.

Não se pode, também, combater as religiões, que são conceitos não nefastos.

Pode-se discutir. Algo louvável, pois, como disse antes, contribui para dialética humana.

Não é aceitável querer criar Lei por uma ótica de mão única.


A Lei é maior, deve cuidar de situações muito mais importantes, assuntos realmente relevantes.