Tenho plena convicção de que apenas a
ciência é o caminho seguro para desvendar os mistérios da natureza e,
especialmente, de Deus.
Apenas a ciência, através de estudos,
comprovações, testes e verificações é capaz de concluir, com porcentagem grande
de acerto, o funcionamento e origens das coisas.
Para a ciência não há necessidade de
crença, humor, confluência de astros ou estado de espírito no momento. Não. A
ciência funciona incondicionalmente. Por exemplo, se você esta com uma dor
basta tomar um analgésico, não precisa ter fé, abertura de espírito ou qualquer
outro senso psicológico para funcionar, o remédio fará o efeito.
Ainda que você seja branco, negro, ou
oriental, de pouca ou muita fé, corpo fechado ou super vidente, qualquer estado
ou circunstancia que possa lhe atribuir, se lhe for aplicado uma dose de
anestesia você “apaga” por um tempo exatamente pré-estabelecido.
Isso é ciência, quando a vontade
humana não interfere no resultado.
Para todas as coisas existe um
encadeamento lógico responsável por sua formação e funcionamento. A ciência
cuida de desvendar esta lógica de maneira a compreender como estas mesmas
coisas se desenvolvem e funcionam, para a partir disto, manipular os efeitos em
prol das necessidades humanas.
Por isso acredito na ciência.
Mas...
Também sei que a ciência conhece
muito pouco. O conhecimento científico humano é irrisório, não alcança nem dez
por cento das coisas que existe. Principalmente quando se trata de Cosmologia e
Física Quântica.
Recentemente, o jipe-robô Curiosity -
um aparelho da Nasa enviado para explorar o planeta Marte - descobriu segundo
suas análises que o planeta perdeu sua atmosfera radicalmente, de maneira que se
tornou inóspito, quando há muito tempo atrás foi de uma atmosfera bem mais
acessível.
Essa descoberta só foi possível porque
o jipe-robô andou alguns quilômetros pelo planeta e colheu algumas amostras da
superfície, ou seja, a partir de evidencias empíricas pudemos concluir algumas
coisas acerca do planeta.
Primeiro. Este planeta é do nosso
Sistema Solar, portanto, em termos astronômicos é nosso vizinho próximo.
Demorou séculos para concluirmos alguma coisa do nosso vizinho.
Segundo. Com pouquíssimas evidencias
tiramos tais conclusões, pois o jipe-robô andou alguns quilômetros em um
planeta que é tão grande como a Terra, imagina se pudéssemos percorrer o planeta
inteiro, o que hoje é impossível.
Terceiro. Ainda que tenhamos estas
evidencias são apenas teorias, pois são coisas que aconteceram a bilhões de
anos atrás. Se não conseguimos deduzir o passado do nosso próprio planeta, quem
dirá do planeta vizinho.
Em suma, os mistérios do Universo
estão além da nossa compreensão. Nossa ciência é um bebezinho diante do Cosmos.
Quando tratamos da física quântica –
o estudo das menores partículas – a coisa fica tão ou mais difícil. Compreendemos
quase nada do que acontece no cotidiano das menores coisas.
No final resta a absurda constatação
que vivemos dentro de alguma coisa que não temos a menor idéia do que seja.
Nossa capacidade de conhecimento é adstrita
aos nossos sentidos de observar, ouvir, degustar, cheirar, sentir, ou qualquer
outra variação destes sentidos. E, isso é muito pouco em relação a tudo que
existe.
De qualquer maneira é na ciência que
acredito, porque é a possibilidade mais real de se conhecer alguma coisa, ainda
que seja muito pouco.
Prefiro conhecer pouco a me enganar com
ilusões. Prefiro ser um ignorante a um sábio de fantasia.