Entre todas as religiões cristãs que proliferam em nosso país é a
católica que tenho maior respeito.
Como já disse diversas vezes neste blog não sou afeito a religião, na
verdade, sou adepto ao deísmo, uma forma amorfa de religião.
Mas, diante da enxurrada de notícias sobre o Papa que invadem os canais
televisivos, não há como ficar indiferente a situação.
Contudo, foi possível através deste evento conhecer um pouco mais da
forma como a igreja católica, representada pelo Papa, se comporta diante de
seus fiéis.
Com a visita do Papa é possível entender as posições doutrinárias da
igreja. E, em minha opinião, são bastante lúcidas, coesas e coerentes.
Não vejo nas palavras do Papa e, conseqüentemente, na igreja católica
estratégias de marketing psicológico para seduzir adeptos, tampouco, discursos
dogmáticos baseados em estrofes da bíblia proferidos superficialmente, ou,
exaltações espetaculares e milagrosas para extasiar os fiéis.
Ao contrário, tudo que o Papa falou até agora foram palavras de profunda
reflexão e sabedoria.
Convocou todos, principalmente ricos e governantes, a refletir sobre a
condição humana no Brasil. Falou sobre economia, isonomia, justiça, sociedade,
solidariedade e maneiras de como se construir um país forte e igualitário.
Não usou Deus como um apelo incontestável, nem sua característica
punitiva como forma coercitiva de impor um comportamento.
Na verdade não falou de Deus, falou dos homens para o homem, de maneira
que suas reflexões filosóficas alcançassem o pensamento das pessoas para, a
partir de uma avaliação e auto-avaliação, pudessem encontrar a substância de
Deus.
Somente um líder espiritual esclarecido e responsável, comprometido
verdadeiramente com a fé pode agir desta maneira. De forma natural, despojada e
simples. Atribuindo importância às palavras que tenham o poder de reflexão
pessoal sobre assuntos importantes da nossa sociedade brasileira.
Não vejo na igreja católica uma nuance mercantil, onde se quer, a
qualquer custo, captação de clientela vendendo a fé como mercadoria embrulhada
em salvação.
O Papa mostrou-se um filósofo tentando transmitir a tese de paz e
isonomia humana para entender Deus.