SUÁSTICA
A suástica ou cruz
gamada é um símbolo místico encontrado em muitas culturas em tempos diferentes, dos índios Hopi aos Astecas, dos Celtas aos Budistas, dos Gregos aos Hindus. Alguns autores acreditam que a
suástica tem um valor especial por ser encontrada em muitas culturas sem
contatos umas com as outras. Os símbolos a que chamamos suástica possuem
detalhes gráficos bastante distintos.
A imagem da cruz suástica é um dos amuletos mais
antigos e universais, sendo utilizada desde o
Período Neolítico Foi também adotada por nativos americanos, em
diversas culturas, sem qualquer interferência umas com as outras.
As primeiras formas similares à suástica estão
conservadas em vasos cerâmicos datados de cerca de 4000 a.C., em antigas
inscrições européias (escrita "vinca"), e como parte da escrita
encontrada na região do Indo,
de cerca de 3000 a.C., a qual as religiões posteriores (hinduísmo, budismo)
passaram a usar como um de seus símbolos. Vasos encontrados em Sintashta, datados de cerca de
2000 a.C. também foram decorados com o símbolo suástico.
A Cruz
Suástica também é utilizada
em diversas cerimônias civis e religiosas da
Índia: muitos templos indianos, casamentos, festivais e celebrações são decorados
com suásticas.
O símbolo tem uma história bastante antiga na Europa, aparecendo na cerâmica da
pré-história de Tróia e Chipre.
Desde que foi adotado como logotipo do Partido Nazista de Adolf Hitler a suástica passou a ser associada ao facismo, ao racismo, supremacia branca, à II Guerra Mundial e ao Holocausto na maior parte do
Ocidente.
Antes ela havia reaparecido num reconhecido trabalho arqueológico de Heinrich
Schliemann, quando descobriu esta imagem no antigo
sítio em que localizara a cidade
de Tróia, sendo então associada com as migrações
ancestrais dos povos "proto-indo-europeus" dos Arianos.
Ele fez uma conexão entre estes achados e antigos vasos germânicos, e teorizou
que a suástica era um "significativo símbolo religioso
de nossos remotos ancestrais", unindo os antigos germânicos às
culturas gregas e védicas.
O que realmente impressiona é que a suástica
aparece em várias culturas de diversos pontos do planeta.
Portanto, há uma explicação proposta pelo astrônomo Carl Sagan no seu livro “Cometa”. Sagan reproduz um antigo manuscrito
chinês que exibe algumas variedades de cometas: a maioria são variações de cometas com caudas simples,
mas as últimas representações apresentam o núcleo dos cometas com quatro braços
curvados, lembrando a suástica. Sagan sugere que na antiguidade um cometa possa
haver se aproximado bastante da Terra de forma que os jatos de gases que fluem dele, vergados
pela rotação do cometa, tornaram-se visíveis – o que justificaria a
representação da suástica como símbolo mundialmente existente.
A suástica é um dos símbolos sagrados do
hinduísmo há pelo menos um milênio e meio. Ela é usada ali em vários contextos:
sorte, o Sol, Brahma, ou no conceito da “samsara”. O budismo particularmente
teve grande penetração noutras culturas, em especial no Sudeste da Ásia, China, Coréia,
Japão, Tibete e Mongólia desde fins do primeiro milênio. Supõe-se que o uso da
suástica pelos fiéis “Bom” do Tibet, e de religiões sincréticas como a “Cao Daí” do Vietnã, e “Falun Gong” da China, tenha
sido tomado emprestado ao budismo.
O formato da suástica foi usado por alguns dos
povos americanos. Foi encontrado em escavações junto ao rio Mississipi, como no vale do rio Ohio, e era usada por muitas tribos norte-americanas, com destaque pelos Navajos.
A doutrina-filosófica sincrética Seicho-No-Ie, fundada na primeira metade do século XX pelo japonês Masaharu
Taniguchi, trouxe a suástica como um dos seus
símbolos. A suástica ali utilizada está mais para a Cruz
do Sol nórdica que para o símbolo budista.
Na Finlândia a suástica era usada como uma marca nacional e oficial do
Exército Finlandês entre 1918 e 1944, e também pela Força
Aérea daquele país por algum tempo.
Também na Letônia a suástica (ali chamada de "Cruz do Trovão"
ou "Cruz de Fogo") era usada como uma marca da Força Aérea,
entre 1918 e 1934, como também foi à insígnia de algumas unidades militares.
Nos Estados Unidos a suástica foi muito utilizada antes do nazismo. Além da Sociedade Teosófica, fundada em Nova
York, e das tribos
nativas, como os Navajos, até a década
de 1930 a suástica era freqüente no Sudoeste americano em
suvenires, como mantas, medalhinhas e outras lembranças.
Na Polônia, desde o começo da Idade
Média que a suástica era parte integrante da nobreza muito
utilizada nas terras eslavas. Conhecida por "swazyca", era especialmente associada com um dos
deuses eslavos, chamado Swarog.
Quando Hitler criou a bandeira para o Partido, procurou incorporar
a suástica e ainda "essas cores veneráveis que expressam nossa
homenagem ao passado glorioso que tantas honras trouxe à nação alemã"
(que eram o vermelho, preto e branco).
Também declarou Hitler que "o vermelho expressa o
pensamento social que está sob o movimento. Branco, o pensamento nacionalista.
E a suástica significa a missão a nós reservada: a luta pela vitória da raça
humana ariana, e ao mesmo tempo o triunfo do ideal de trabalho criativo em si inerente,
que será sempre anti-semítico."