Nos últimos
dias não se fala em outra coisa senão na macabra e chocante chacina familiar
perpetrada pelo próprio filho de treze anos.
Fatos como
estes sem qualquer razão ou explicação impressionam a sociedade que logo se põe
a tentar encontrar hipóteses, deduções, conclusões psicológicas, sociais ou
religiosas para um incompreensível comportamento cuja causa foi sepultada com a
consumação do suicídio.
São atos de
uma insanidade assustadora e absurdamente possível, de modo que, amedronta
saber que pode acontecer no vizinho e, na pior das hipóteses, na sua própria
família.
Essa
violência desmedida que eclode por todos os cantos do País e do Mundo, não só
por pessoas desequilibradas, mas, sobretudo, por pessoas normalmente violentas
demonstra uma vulgarização da pessoa humana, onde a vida banalizada é um mero
detalhe.
Esta
tenebrosa constatação desperta um mórbido fascínio pela violência fictícia dos
jogos e filmes como também pela realidade divulgada pelos meios de comunicação.
Ao mesmo tempo em que desperta um sentimento de insegurança e um crescente medo
da reação do seu semelhante.
Esse círculo vicioso negativo aliado a obsolescência do conhecimento humano – onde a cada novo dia parece que estamos atrasados na informação das coisas – nos leva a criarmos meios de defesas e ataques cada vez mais letais. Educar nossos filhos com idéias acima da faixa etária, como se isso fosse torná-los mais aptos e preparados para vida. Praticar política espúria como meio de ascensão. Cobiçar bens de consumo como se fosse mais importante ter do que ser. Instruir nossos parentes e amigos a caminhar pelas ruas atentos como uma presa faz com os predadores no mundo selvagem. Corromper ou corromper-se como sinal de esperteza. Desconfiar do próximo como se tudo e todos representassem perigo. Semear e regar a discórdia. Preferir o ilegal ao legal.

Isso é a
causa da violência.
Por outro
lado, o ser humano necessita confiar. Por isso quando nos deparamos com pessoas
como o atual Papa, que prega alteridade benigna, sentimo-nos leves e esperançosos.
Falta,
talvez, oficialmente, através dos órgãos constituídos, principalmente a Educação
do Estado uma política voltada a inserir nas escolas não religião, mas uma filosofia
da bondade entre os seres e a responsabilidade de cada um com a vida.
Porém, antes
disso, os disseminadores desta idéia deverão internalizar o sentido de um dos
maiores filósofos pacifistas: Jesus.
Olha que eu
nem sou religioso. Nem tenho religião.
Ou outra
dica mais simples: sejamos otimistas com a vida.