O VELHO E O MAR



O velho enternecido

Do banco que pisa o chão


Olha o horizonte entorpecido


O céu mira o chão


O mar lambe o céu


Que banha toda essa gente


E tudo o mais


Que permanece coeso


Por uma força onipotente



A esfera segue


Numa trajetória elíptica


Continua contínua


Dentro da matéria negra desconhecida


Nos leva para onde olhar algum alcança




Ao velho resta aceitar

Comungar que não seja


Somente aquela velha carne


Apodrecer até o fim.