Interesso-me muito pelo estudo do
comportamento dos animais. É intrigante, curioso e revelador como as diferentes
espécies do planeta se relacionam com a natureza e com a própria espécie –
relacionamento e inter-relacionamento. Creio que muitas pessoas têm o mesmo prazer,
aliás, posso arriscar que a todos as explicações e revelações dos
comportamentos animais desperta algum interesse, pois, é comum canais
televisivos abertos ou por assinatura exibirem programas sobre o assunto e
alcançarem um bom ibope, já que as pessoas se sentem atraídas ao assistir.
Particularmente sinto-me atraído por
conhecer o comportamento do animal mais estranho e irreverente: o Ser Humano.
Bastante interessante saber que
muitos dos comportamentos humanos são padronizados a partir de uma herança
genética comportamental de milhões de anos de adaptação ao meio natural. Outros
tantos comportamentos são frutos de uma mesma variante do inconsciente que se
desenvolve desde os primeiros anos de vida.
Por
tudo isto tenho por habito observar e refletir sobre as coisas humanas,
especialmente os comportamentos do homem. Empenhei particular atenção a uma
característica comportamental humana extremamente comum e corriqueira: a
FOFOCA.
Intriga, fuxico, mexerico, leva e
traz, X-9, alcaguete são algumas denominações para expressar o comportamento de
falar ou avaliar a vida alheia.
Em principio a palavra fofoca soa
pejorativo. Caracteriza ofensa chamar alguém de fofoqueiro. É um traço de
personalidade considerado negativo, por isso, ninguém atribui a si mesmo essa
classificação, ainda que seja inquirido sobre seus defeitos.
Naquela velha
questão onde a pessoa é incentivada a dizer sobre suas qualidades e defeitos
jamais terá como resposta: fofoqueiro, mesmo que na categoria defeito.
Claro que sobre esta questão, enumerar a si mesmo defeitos e qualidades, sempre ou quase sempre, se abusa dos
eufemismos quando se trata dos defeitos. De qualquer maneira fofoqueiro é palavra proibida em
eventual autodenominação.
Interessante é que todas as pessoas,
sem exceção, possuem um grau de fofoqueiro. Todos em algum momento cuidam da
vida alheia, expressando considerações negativas ou positivas.
Na minha concepção este traço natural
do ser humano ocorre com certa freqüência, mas com tantos outros nomes que passam
a ser aceitos com legitimidade. Diante deste entendimento criei uma divisão
didática que pudesse explicar as várias facetas que a fofoca adquire na
sociedade humana.
Vamos lá, dividi a fofoca da seguinte
maneira:
Quanto à Espécie:
- inventada
- meia-verdade
- verdade
- invasiva
Quanto ao Gênero:
- boato
- notícia
- revelação
Quanto à Família:
- denuncia
- reportagem
Quanto à Ordem:
- morais
- esclarecedoras
Em momento oportuno explicarei cada
uma delas.