POLYTICA FASE IV

A quarta fase denominada – Pós-eleitoral – é a fase em que o candidato mais votado é empossado. O primeiro dia em que o eleito cumpre todas as formalidades cerimoniais e legais e passa a ser o Chefe do Poder Executivo.

Nesta fase se instala a denominada “dança das cadeiras”. O procedimento de reestruturação administrativa ocorre logo no primeiro semestre do ano da posse.

Penso que esta fase se divide em três etapas, as quais por mim são classificadas como:

- rearranjo do alto grau
- rearranjo do médio grau
- rearranjo do nível inferior

REARRANJO DO ALTO GRAU

Toda eleição tem como finalidade a escolha de integrantes do Poder Executivo e Poder Legislativo. Todos eles são atrelados a um partido político, pois isto é condição legal para concorrer. Além disso, é condição intrínseca à dinâmica política, pois deve existir um conceito de se proceder com a coletividade a partir de uma ideologia política criada por objetivos, finalidades, usos e costumes, pensamentos, idéias, formas de atuação de um determinado grupo que expressa este entrosamento através de siglas representativas.   

Apesar de, no Brasil, os partidos políticos muito mais que uma forma de se proceder com a coletividade representam apenas um meio viável ou inviável de alcançar o Poder.

De qualquer modo os partidos políticos sempre pretendem formar maioria, isto é, monopolizar o Estado através do maior número de eleitos da mesma ligação ou coligação no território escrutinado.

Para isso, o partido vencedor, representado pelo Chefe do Poder Executivo, inicia manobras e táticas para agregar à estrutura política vigente àqueles integrantes partidários que, pelo voto popular, não venceram.

Começa, então, o rearranjo.

Vencedores do Poder Legislativo são chamados para integrar o Poder Executivo, de maneira que na vacância assumem aqueles que ficaram de fora.

 Portanto, perdedores no voto popular são içados e colocados no posto eletivo que pretendiam.

Não havendo possibilidade de tal manobra, os partidários que ficaram de fora são chamados para ocupar altos cargos no Poder Executivo.

Os que antes ocupavam tal cargo, mas não são partidários ou coligados à sigla vencedora, simplesmente são depostos.

Todo este rearranjo tem como objetivo delinear a maioria do partido no Poder ou cumprir comprometimentos com aqueles que contribuíram enormemente para a sigla vencer.

Isto comumente ocorre entre Ministros, Deputados, Secretários, Vereadores.

 REARRANJO DO MÉDIO GRAU

Sucede com a definição do rearranjo de alto grau. Quando se define os ocupantes eleitos pelo voto popular e os eleitos pela vontade exclusiva do vencedor eles preparam sua equipe que os acompanhará dentro da máquina administrativa.

Cargos de Comando, Chefia e Gerenciamento dentro da Administração são ocupados por pessoas de confiança dos ocupantes do alto grau rearranjados.

 Normalmente essas pessoas não têm o menor conhecimento na área relativa ao cargo empossado, porém, como se trata de hierarquia superior basta que seus muitos subalternos os auxiliem em qualquer questão.

Nesta etapa também ocorre o chamado “dança das cadeiras”, onde Chefias e Assistentes saem para dar lugar aos novos Chefes e Assistentes de confiança do Eleito por definição ou rearranjado.

REARRANJO DO NÍVEL INFERIOR

Etapa também conseqüente da definição do rearranjo do Alto Grau, com aval do Chefe do Poder Executivo, eleito pelo voto popular.

Após tudo definido e estável, criam-se cargos comissionados ou mantêm os já existentes para que sejam ocupados por todos aqueles que ajudaram diretamente na campanha; apoiaram qualquer candidato vencedor; apadrinhados daquelas pessoas que ajudaram financeiramente ou moralmente um candidato vencedor; etc.

Em resumo, é conceder uma vaga de trabalho dentro da Administração Pública para aqueles que tiveram alguma participação na campanha eleitoral. 


Por aqui termino minha exposição.