O Estado
brasileiro é um ente curioso, principalmente no que tange a política ou de como
seus cidadãos se relacionam com ela. A coisa se torna ainda mais esdrúxula quando,
próxima as eleições, começa a corrida eleitoreira.
Vou tentar,
dentro de uma tese própria, baseada em observações de um incauto cidadão,
dissecar o iter èligere, ou seja, a
via sacra da política brasileira em âmbito municipal, estadual ou federal. Não
cada qual em sua esfera determinada, mas de forma geral, pois a dinâmica é
sempre a mesma diferenciando-se em cada esfera apenas pela quantidade de
pessoas e dinheiro envolvido.
Deixo claro
que não usarei de alicerces científicos baseados em estudos ou teses de
cientistas políticos ou renomados pensadores da sociologia humana.
Minhas
afirmações, com certo grau didático e revestida de uma formalidade que beira a
legítima ciência, na verdade, nada tem a ver com as prodigiosas considerações
de estudiosos e notórios conhecedores do assunto, tão-somente, resultam das
reflexões de um simples cidadão nada especial que quer tecer suas próprias
argumentações, ainda que superficiais.
Ocorrem, em
minha opinião, cinco fases distintas em espaços temporais equivalentemente
distintos.
A primeira
fase denominarei de pré-abertura
eleitoral; a segunda fase de abertura
eleitoral; a terceira fase de campanha
eleitoral; a quarta fase de pós-eleitoral
e, finalmente, a quinta fase de atos
de eleição.
1º Identifico
como Pré-abertura eleitoral os doze
meses que antecedem a data oficial do início do processo eleitoral.
Aqueles que
estão diretamente no Poder pretendem manter-se nele. Os que estão fora
pretendem entrar. E os que participaram ou participam do governo com
atribuições menores ou limitadas almejam conquistá-lo plenamente.
Deste embate
resultam conseqüências fáticas importantes.
Grupos
começam a se aglutinar. Favores são distribuídos. Toda forma de aliança é
incentivada e aceita com bons olhos. Há bajulação com pessoas consideradas
estratégicas.
Para os que
estão no Poder começa uma exacerbação de atos considerados importantes para a
população e, de fato, revestidos de apelo carismático e demonstração de
eficiência na coisa pública.
Da parte
contrária começam surgir rumores e boatos que possam denegrir a imagem e
reputação dos titulares do Poder.
Cria-se toda
forma de denuncia, ainda que sem fundamento. O importante é desmoralizar o
conceito dominante. Nesta fase não há ataque direto e nominal, apenas
descalabros que tem a força de afetar negativamente um partido.
Índices são
manipulados a favor daqueles que pretendem convencer a população que as coisas
estão boas ou tendem melhorar ainda mais.
Obviamente
que aquele que detém a máquina administrativa leva vantagem neste momento.
Por outro
lado, oposicionistas encontram gráficos, estatísticas e toda gama de medição
para provar que a situação não é das melhores.
Não há
guerra declarada então todos são relativamente amigáveis. Mas, já há evidencias
de quem é a favor ou contra a situação, principalmente pelo posicionamento dos
meios de comunicação.
E assim,
chegamos ao fim da primeira fase. Oportunamente discorrerei sobre a segunda
fase.