CHARLIE PARKER

1920/1955



Charlie Parker é simplesmente o mais inventivo e bem-dotado improvisador em toda história do Jazz. Nasceu no subúrbio de Kansas City, cidade do meio-oeste norte-americano.

Aos 13 anos, pediu à mãe que lhe comprasse um instrumento, entusiasmado ao ouvir o saxofonista e cantor Rudy Valle. A animação durou pouco:tempos depois o sax foi parar na casa de um colega. Só por volta dos 15 anos voltou a se interessar pela música. 

Aos 16 anos Charlie já tocava o suficiente para ganhar algum dinheiro, executando jazz e blues com bandas semiprofissionais, em clubes e salões de dança. A mudança da família Parker para o Missouri, no inicio dos anos 30, coincidiu com o período de formação do swing de Kansas City. Era uma cidade musicalmente rica e vibrante, estimulada durante a época da chamada Lei Seca, na qual a fabricação, comercio e consumo de bebidas alcoólicas eram proibidos. Mas, nesta cidade a máfia era onipresente, então os bares e clubes noturnos tinham permissão para funcionar até o nascer do sol. Crimes à parte, o fato é que a agitada vida noturna de Kansas City oferecia não só trabalho de sobra para os instrumentistas locais, como atraía os melhores músicos de outras regiões. 

No início dos anos 40, mais experiente e seguro de si, Charlie já tinha se tornado o braço direito de Jay McShann em sua orquestra. Foi nessa época que nasceu o apelido que o acompanhou até o fim da vida. Muitos já imaginaram que a alcunha Bird  (pássaro) tivesse a ver com seus vôos musicais. 

No início dos anos 40, o swing já dava evidentes sinais de esgotamento criativo. Insatisfeitos com a música repetitiva, instrumentistas mais inquietos reuniam-se durante as madrugadas para informais sessões de improviso, as jam sessions. Assim nasceu o bebop

As inovações musicais introduzidas por Parker, Monk e outros artistas dessa geração extrapolaram o campo da linguagem musical. Eles não queriam enfatizar apenas o aspecto dançante do jazz da época, nem apenas um entretenimento como era comum. Queriam uma música profunda e séria. 

Parker tornou-se alcoólatra provavelmente quando substituiu a heroína pelo álcool. Ironicamente seu brilho intenso gerou um grau de idolatria que levou músicos de jazz consumirem heroína por causa da influencia de Parker.  

Em março de 1955 Charlie Parker moreu assistindo TV na casa da baronesa Pannonica de Koenigswater – uma fã do jazz. Na autópsia, que indicou a causa da morte como pneumonia lobular, o legista atribuiu a idade de 53 anos ao morto – isto é, quase vinte anos a mais – detalhe que indica o grau de degeneração provocado pelas drogas e pelo álcool. 

Parker foi intenso na vida e na música, confira: