SEM VÍRGULAS

É sempre assim nessa época deste jeito. Mais um grilhão arrebentado o espírito outrora preso se liberta em mais uma nova alegre confraternização com antigos dissabores e desnudos sabores.

Soterrada pela força do Natal fica a diferença que sem a poeira do desmoronamento deixa visível as empatias autenticas reciprocidades que florescem espontaneamente ao menos neste dia. A unção poderosa do Cristo simbolizada pelo Natal é eficiente há mais de dois mil anos e capaz de explodir cofres de concreto armado e ferro fundido para revelar a suavidade tranqüila essencial do espírito humano que se compraz com o próximo ainda que o próximo seja a desavença dos trezentos e sessenta dias anteriores.

Comunicamo-nos sem resistência sem meios artificiais responsáveis pela distorção das coisas de maneira que o tempo espaço se tornam dispensáveis matematicamente exatos na realidade descrita por Albert Einstein como a relatividade agora observada por um ângulo nada obtuso.

Esta tradicional força criadora e criada por um Ser nada tradicional em seu tempo é o espírito do Natal a chance de revertermos o mal e confraternizar com elo que firma e também se desfaz no pensamento que somos possíveis em uma impossibilidade tão aparente e teimosamente real mas que na realidade de tal se desmancha frente ao Natal.

A não ser aquelas nefastas nocividades que não há conciliação ainda assim Ele tem a força de cada qual dos adversos rememorar por obsequio.

O espírito se foi mas a vontade de manter este sentimento enobrecedor se revigora no novo ano que desponta.

Há festas em todos lares todos lugares uma emoção grandiosa de renovação das velhas crenças de tudo será possível melhorar além de hoje.

Nos adultos um misto de outra vez a mesma coisa mas quem sabe  rezamos por ser diferentemente glorioso e tem aqueles que traçam planos persistente acreditando em promessas que reabilitadas da fumaça dos fogos que espargem as cinzas da fênix. Nas jovens crianças uma novidade sempre atuante porque o ano que se aproxima é sempre uma nova e incerta conquista.

Assim se festeja e se faz retrospectivas medindo o bem e o mau o bom e o mal na crítica do que passou como existência que não mais nos pertence a procura da existência por vir apesar de lá no fundo sabermos ou precariamente compreendermos a existência.

Existir é passar da forma que aconteceu e a partir daquele dia (dia primeiro) existiremos com vontade de fazer tudo que vai passar e acontecer no ano que chegou e nos deixou como se a perda fosse fato e atraso acaso que deverá ser revertido com aquilo que pensamos em ganhar como troféu do que o tempo nos reserva em obter numa existência infinita mas que se cria a cada ano que chega. E se vai sempre.

De qualquer forma vamos festejar afinal a gloria do mundo é aliança do mundo ainda que por instantes.

Instantes infinitos.


P.S. Passamos o ano inteiro virgulando nosso pensamento procurando sentido na emoção, e, então, travamos na continuidade. Nestes dias a emoção trasborda como o rompimento de um Dique.