Hoje cheirei Urânio enriquecido misturado com
Césio-137. Estou me sentindo ótimo. Revigorado, com animo flamejante, os
músculos retesados, com coração em pleno pico máximo de batimentos cardíacos
acelerados em reta livre de 180 quilômetros por hora, aumentando ainda mais.
Estou luminoso, radiante, fotoluminescente com jatos de luz vermelha-azul-esverdeada
brilhante expelida pela fonte da cabeça que pulsa como um grande, enorme e
inchado coração exposto. Dentro ardo em fogo da ira raivosa, queimando a alma,
flambando o espírito, fazendo fogueira dos ossos e veias que revestem a carcaça
interna e dá vontade de puxar os olhos pra fora e esticar as veias e artéria
para que a dor fina e estridente estanque o fel que jorra pela tubulação das
têmporas. Sinto a energia tomar conta de todo corpo fazendo sinapse e ligação
com cada impulso nervoso que faz dipolo-induzido com molécula propagando axônio
pela bainha de Mielina indo pro nodo de Ranvier que incinera qualquer razão e
moral para estourar em sangue e pletora o segmento absurdo da ação pela reação
que pode ser omissão, mas certamente vai para explosão.
Sinto-me firme e bom, com vontade de ter a
potencia de meio milhão de megatons para dar um jeito na humanidade.
Tudo isso porque estou cansado desta escória que
passeia diariamente nas nossas telas, trabalhos, jornais, escolas, ruas,
instituições e Órgãos sepultados na burocracia social da corrupção.
Gente que não sabe nada mas está no poder e
tem o comando de dizer o que ninguém sabe, sabendo menos que qualquer outro e
se afirmando - através da imposição hierárquica espúria – como maior que sabe o
que todo o mundo conhece que este felizardo está tão errado como todo o sistema
acredita em permanecer certo.
Deparamo-nos,
a cada dia que a TV liga; o comercial passa; o jornal escreve; o murmurinho
acontece; o pessoal comenta; a fila conversa, no ponto de ônibus assevera; na
política alcoviteira se desenha; com o vizinho se comunica o que todo o mundo
sabe: PODRIDÃO.
É vexatório o falatório desta imundice que
escorre entre os pés, nas galerias, nas vias e veias dos Órgãos Constituídos.
Como um corpo em putrefação seus órgãos anacrônicos e deformados se acostumaram
a viver com hanseníase entre os morféticos do estado de direito.
Ouve-se, por microfones e meios-homens
acústicos, a perda de cada membro, que são muitos que se caem se derrubam
porque contaminados estão até o pescoço.
São tantos os homens maus que nem mais caras-de-pau
se furtam em aparecer diante de ti e dizer: Vote em mim que resolver-me-ei.
Aquele que de alegria e honesto se reveste
pela própria vontade da vida se veste bonito para expurgar feio os companheiros
que na míope visão os vê dissidentes.
Haja saco pra tudo isso.
Haja projétil de metralhadora para cuspir no
peito e cabeça de cada político néscio que se acha esperto e se diz bacana para
roubar a inocência da criança.
Queria eu fosse uma bomba, uma tão poderosa
capaz de exterminar esta raça que tem chifre e rabo, se rasteja por todos os
lados e lambe com sua língua em forquilha nossas nucas, principalmente, os
pescoços dos inocentes.
Quero gritar aos ouvintes, leitores e toda sorte
de pessoa que se desenvolve a verdade da inocência:
- Que se dane a esperteza, não faz deste lema
pessoa melhor, pode ter uma dinheirama, mas certamente não tem paz. Que a
alienação do espertão seja tão intensa quanto sua pretensão a construir a
partir da fibra grossa que servirá como corda quando empurrar o banco, sua
ruína, despencando e se esborrachando da alma maculada.
Hoje morre Mandela; ontem fora contratado Dirceu
para trabalhar em seu próprio hotel em nome de laranja; Dilma sobe nas
pesquisas e Aécio vem logo atrás; a mesma violência de sempre nos bairros
médios, ricos e miseráveis; essas são as más notícias que trazem as ondas
eletromagnéticas digitais, como presságios dos búzios que são diariamente
lançados no tabuleiro chamado Terra.
NOS ACOSTUMAMOS COM O ERRADO QUE O CERTO NOS PARECE ESTRANHO.