Nesta veia sanguinolenta,
Desta carne pulsante,
Foge límpido vertente coágulo,
Numa estrada de ferro,
Por vielas, avenidas ou ruas,
Sorvemos a vida e corremos da morte,
Tentamos com sorte,
Conduzir o presumível,
Dentro da emboscada,
Pelo inconcebível,
FAZ-SE SENTIDO.
Entre os vivos, quase vivos, espertos e sabidos
(que todos não conhecem vírgula),
Da física, sociedade, matemática,
Satisfazem-se nisso,
O não saber de ser vivo.
FEZ-SE SENTIDO.
Agora se afasta solidão,
Roga por outro,
Unge a união para nunca se esquecer,
A falta de nós,
Em algum lugar estará,
O que vence ou quem vencerá,
Mas tudo se perde e volta ganhar,
NO SENTIDO.
Nesta esteira de sobreviventes,
Sobram os decadentes,
Ficam misérias,
Criam-se rivais,
Aceitam-se os demais,
Com nervos de aço e cansaço,
Perduram entre a gente,
Todos, sempre abençoados.
FAZ-SE SENTIDO.
Na estrada do querer
Incertos se perdem
Nas construções,
Gigantescos mausoléus,
Que nascem do desejo,
De jamais morrer,
Perdurar-se no eterno.
FAZ-SE O SENTIDO.
Somos espermatozóides ainda,
Em busca do útero perfeito,
Tateando o caminho,
Intuindo o rumo direito,
DEUS O SENTIDO.
Que fica para outra estória que não vou contar.