O PULSO QUE AINDA PULSA III

Nesta estreita via dos sobreviventes,
Daqueles espertos homens que batalham,
De destino reto em meio ao incerto,
Por aquilo que se perde,
Entre vivos e morridos,
Tentaram persistir sobrevividos,
Numa vida sobrevida,
Sepultam-se sonhos todos os dias,
Para apenas um,
Ou pouco mais de um sobreviver e incentivar.

FAZ-SE SENTIDO.

Entre os mortos (que de vivos nada sabemos),
Da física, sociedade, matemática,
Ajeita-se no que se pode,
Encontrar-se vivo.

FAZ-SE O SENTIDO.

Se batalha para alcançar,
Novo útero,
Luta-se para apenas permanecer,
Na conquista suficiente de cada vencedor,
Quem chegará e quem deixará de chegar,
Não faz diferença.

FAZ-SE SENTIDO.

Nesta estréia de sobreviventes,
Sobram os glamorosos,
Restam depressivos,
Ficam esquecidos,
Permanecem desleixados,
Têm desencanados,
Perduram os desatentos,
Todos, sempre abençoados.

FAZ-SE SENTIDO.

Na estrada de um destino certo,
Os mesmos se perdem,
Porque na incerteza,
Da conclusão do destino,
Há esperteza,
Que não faz vencer.


Em busca do útero perfeito,
Tateando o caminho,
Intuindo o rumo direito.

FAZ-SE O SENTIDO.

O novo,
Quando tudo se sabe,
Sabe que é um micróbio,
Grande que nem se vê no microscópio,
Sabe que sua pequenez,
Iminente está,
Ao passo de um destino,
Desconhecido.

FEZ-SE O SENTIDO.

E quando próximo, muito próximo mesmo,
Agoniando por algo,
Respirando o ar que aflige,
Tocando a sorte,
Transforma-se.

DEUS O SENTIDO.

Que fica para outra estória que não vou contar.