O Brasil é um
país que tem bastante disposição em acertar. A todo o momento o Brasil tenta
fazer a coisa certa. Cria mecanismos de
aperfeiçoamento com objetivo de alcançar o ideal social, político e econômico.
Um país
sensível, justo e igualitário. Detentor de regras modernas, todas
consubstanciadas na busca pelo equilíbrio das forças sociais de maneira a
alcançar o justo e correto.
O Brasil deve
se orgulhar em ter idéias bastante coesas, técnicas e humanitárias.
Nosso Brasil é um
pensador filósofo-social, com ideais prudentes. É um ente de altíssima
intelectualidade, muitas vezes na vanguarda do pensamento mundial.
Nossos
princípios Constitucionais são gloriosos, de arrancar lágrimas dos mais
sensíveis. Nossa Carta Magna possui dispositivos justíssimos e implacáveis.
Nosso Código
Penal normatiza a conduta humana dentro do correto, razoável e justo. O Brasil,
através do seu Código Penal, define o crime, o dolo e a culpa, com extrema
consciência e senso absoluto da condição de um ser existente num grupo social.
Há uma aura divina que envolve os pressupostos do Código fundamentalmente com
relação á vida e á liberdade.
O Brasil tem um
Código Civil sem precedentes. Obviamente buscou inspiração em sociedades
Anglo-Saxônicas e Latinas.
Criou um Código
prudente. O Código de Processo e procedimentos buscou raízes nos romanos, no
berço da Humanidade, quando o único objetivo era equacionar a relação entre
homens e costumes.
O Brasil
avançou muito. Criou Leis de condutas para as relações econômicas, principalmente
para os consumidores, a parte hipossuficiente da relação.
O Brasil foi
longe, criou regras sobre o direito fundamental da locomoção. Instituiu o
Código de Trânsito.
Fez mais. Criou
normas para o direito do índio; dos negros, dos pobres.
O Brasil criou
e cria Lei para tudo. Milhares de Leis que versam sobre os mais variados
assuntos.
A última foi
proibir as pessoas jurídicas doarem dinheiro para campanha eleitoral.
Então por que
as coisas parecem piorar?
Porque o
problema não é o Brasil, são os brasileiros que nele habitam e exercem os
podres poderes inerentes.
Um grande
pensador, que no momento não recordo o nome, dizia que é triste o país que
precisa de muitas leis. Isto porque um país que precisa de norma para tudo
significa que sua população, por si só, não tem senso de comportar-se da
maneira correta.
Um país de
muitas leis é porque muitas delas são desrespeitadas, então se cria Lei sobre a
lei.
Assim entendo o
Brasil. Pais onde se cria muitas Leis porque cotidianamente há transgressão da
lei. Através da Lei se tenta normatizar toda conduta cidadã brasileira que está
propensa em transgredir o senso ideal de sociedade. Seja dolosamente, seja
culposamente. Ou por simples e pura ignorância.
O brasileiro se
vangloria diante dos outros povos por três características que se auto-intitula,
como importante atribuição diferencial: ser espeto, ligeiro e engraçado.
O brasileiro se acha esperto por criar
soluções na adversidade. Independente das circunstancias encontra saídas
efetivas usando boa dose de adaptação e criação de inovações, denominadas comumente
como jeitinho ou improviso. O ego se expande quando considera encontrar soluções
criativas e anormais para circunstâncias que deveriam ser resolvidas pela
rotina natural e previsível.
O brasileiro se
acha ligeiro. Entende que não será enganado, ao contrário, compete com outro as
maneiras de enganar e se desenganar. Pensa que tudo é um jogo e que apenas um
deve ganhar. Para isso utiliza de estratagemas para alcançar sua satisfação de
vencedor. Sente-se completo, eleva a estima quando se elege o vencedor sob a
base de superar pelo manejo transversal de caráter sobre o outro.
O brasileiro se acha engraçado. Ri de si
mesmo. Não se leva a sério. É sempre uma brincadeira criativa onde se vangloria
de conseguir a vantagem sobre o outro. Quanto mais engraçado melhor, pois se
considera aceito pelo grupo e valorizado, apesar de admitir toda ignomínia que
se transforma em risada, aceitação.
E todas estas
nuances do brasileiro fazem dele um povo alegre e corrupto. Que vive sem
planejamento, no improviso. Considera-se sagaz e autentico. Considera a política
o salto maior, a conquista dos espertos, ligeiros e engraçados. Que são os
caras que vivem a vida e sabem viver.
Por isso
votamos nos “descolados”.