BRASIL. QUEM É ELE?

Diante dos últimos acontecimentos fiquei a pensar sobre as causas que levam os brasileiros praticar ações e omissões.
Brasileiros atentando e matando brasileiros.
A mulher linchada no Guarujá.
Privadas arremessadas de estádios.
Movimentos populares.
Ataque a policia.
Petrobras, metrô.
Enfim, todas as coisas que acontecem com certa freqüência e ao mesmo tempo provoca perplexidade.
Penso que existe uma razão capaz de explicar tais fenômenos, ainda que, até então, nem os intelectuais consigam encontrar.
Que fenômeno é este?!
Esta ocorrendo uma violência contumaz. Brasileiros contra brasileiros diariamente. Pessoas ou grupos possuídas por radicalismos e intolerâncias.
Tais sentimentos remetem muito ás guerras ideológicas e religiosas no Oriente Médio. Preconceitos dos antigos (e atuais) Estados Americanos racistas; ou da Índia dos antigos Ingleses e da velha Índia de castas. Criminalidade e ignorância dos pobres países africanos. Corrupção disseminada como nos países que adotam ou adotaram sistemas autoritários e comunistas.
Todos estes problemas que citei são bastante específicos, no sentido que se pode (nestes países) identificar os motivos ideológicos, morais, históricos de tais acontecimentos, gerando a possibilidade de análise e caminho das soluções.
No Brasil as coisas acontecem sem explicação. Por mais que sociólogos, intelectuais tentem criar uma teoria é sempre vazia e não representa a pura realidade, que se mostra sempre absurda.
Então qual a razão?
Foi então que pensei na causa do movimento justamente a indefinição da nação.
Aquilo que orgulhamo-nos como virtude é o mesmo que causa o defeito, isto é, a miscigenação.
A miscigenação que a cada geração, desde muito cedo, se aprende na escola onde impera a orientação positiva, no sentido de destacar os proveitos com eufemismo sobre as desvantagens faz do brasileiro a perda de identidade.
O brasileiro não tem raiz, não tem ideologia, não é definido. Não há uma luta única, um desejo uniforme como ideal de uma nação. Porque a nação são todos e ao mesmo tempo ninguém. Não tem identidade.
Não somos católicos, nem espírita, não somos do candomblé, nem evangélicos, ou qualquer outra doutrina. Somos todas elas ao mesmo tempo.
Não somos brancos, negros, índios, europeus ou americanos. Somos todos ao mesmo tempo.
Penso que toda essa confusão originária da miscigenação é responsável pela ausência de um Código.
Nosso Código moral se estabelece em cada nicho ou grupo que tenta organizar os diversos pensamentos daquele grupo humano.
Por isso, o Estado, com seu poder de império tem que se desdobrar e gastar muita energia para criar leis para normatizar cada novo comportamento que se manifesta, comportamento este originário da constante indefinição da raça.
Veja bem. Não repudio a miscigenação, como bom brasileiro que sou. Concordo com a riqueza que nos trouxe, porém, penso também na sua parcela nefasta, onde não nos imprime uma identidade definida o que provoca uma confusão de manifestações sociais.

Apesar de tudo, até esta confusão pode ser nossa maior riqueza, na medida do desenvolvimento do povo.