Às vezes me pergunto se encontramos a
felicidade dentro ou fora.
A felicidade é algo que pertence ao nosso
espírito ou algo que nosso espírito se apropria a partir das coisas externas
com as quais interage?
Obviamente a felicidade se manifesta dentro da
gente, é interna, própria, logo tem origem dentro de nós
Porém sua manifestação sempre ocorre por algum
motivo, fato do mundo exterior. As coisas ao nosso redor ocasionam felicidade.
A felicidade de se divertir no cinema não
ocorre pela vontade de ir ao cinema, mas porque o cinema existe e você está
dentro dele. Se não existisse cinema, jamais experimentaria esta felicidade.
Ainda que ele exista, mas por algum motivo
você não pode estar nele logo não surge à felicidade.
A felicidade então é concretização dos
desejos. Mas os desejos existem porque a coisa cobiçada existe.
Se não existisse automóvel jamais você
experimentaria a felicidade de ter um automóvel zero quilometro. Para os
saudosistas a felicidade seria estar cavalgando em um sadio cavalo. Mesmo assim,
a felicidade seria a existência deste potente cavalo.
Outro exemplo é o amor. Você é feliz porque
ama. Mas imprescindível para amar deve haver a pessoa amada, cuja qual se não
existisse o amante seria pessoa não feliz.
Enfim, a felicidade interna sempre esta
associada a um ente ou acontecimento externo.
A felicidade se basta por si mesma dentro da
nossa alma, ou nossa alma procura se abastecer dela nas coisas que estão fora?
Neste jogo de cão e gato, na tentativa de
argumentar uma solução definitiva, muitos dirão o seguinte:
- Ricos tem tudo que o dinheiro pode comprar e
são infelizes.
Nesta frase se convalida a idéia de que a
felicidade não está no que você tem, mas o que você é.
Por outro lado, digo eu:
- Pobre falta tudo que o dinheiro pode comprar e são infelizes.
Os pobres são tão infelizes quanto aos ricos.
E quanto à felicidade?
Os ricos são tão felizes quanto os pobres.
Os ricos experimentam uma felicidade
incalculável tanto quanto os pobres. Não há diferença na quantidade e
intensidade da felicidade experimentada por ambos. Há, tão-somente, diferença
no objeto que causa felicidade, mas a essência é sempre a mesma. A essência são
as coisas que interagem indefinidamente e infinitamente.
Quero dizer que a felicidade é uma via de mão
dupla, não há como estabelecer quem vem ou quem vai, é única estrada de
movimento continuo em ambos os sentidos.
Na minha masturbação intelectual gozei o
seguinte pensamento:
Felicidade é o fato de existir.