MANANCIAL

Somos mesmo uma miscelânea
Um caleidoscópio de múltiplas imagens
Em corpo eterno
Donde a alma verte
Cuja nascente distante, longínqua
Nem mais se vê, nem olhos alcançam
Sente-se apenas
Os rios e suas corredeiras
Tórridas águas que seguem desenfreadas
Comprimidas no leito
Dos antepassados
Carregam o frescor do novo
As tempestades de outrora
É morada de novos peixes
Soterram esqueletos
Descobrem-se fósseis
Novos veios se abrem pela força da água
Corre desenfreada
Por caminhos existentes
Ou por outros que hão de vir
Por sua abrupta ruptura de seguir
Para matar a sede
Tornar vivo e persistir
O que todos sentem
E hão de sentir
O rio
Antiga fonte

Fluindo sempre novo.