Avaliamos a importância das
pessoas por aquilo que produzem. O valor de uma pessoa está intrinsecamente
associado à capacidade de manifestar sua força produtiva na relação com as
outras pessoas e na proporcionalidade da interação produtiva com o grupo.
Quanto mais interações produtivas conseguir estabelecer com maior número de
pessoas, maior será o grupo, logo, mais valiosa será a concepção atribuída
sobre aquele ser produtivo.
Se a pessoa nada produz, não tem
nada a oferecer, proporcionalmente seu valor diminui. Na medida em que produz,
através de uma força própria, ganha valor na proporção da intensidade que a
coletividade recebe e se aproveita desta produção.
Esta produção anímica a que me
refiro não se limita a força de trabalho, que indiscutivelmente é um elemento
importante. Mas um espectro mais abrangente.
Especialmente nestes tempos
modernos a força produtiva de uma pessoa se revela através de milhares de
facetas. Entendo como produção anímica toda ação do indivíduo que se origina da
sua peculiar individualidade, personalidade.
A força produtiva se relaciona
com humor, amizade, lealdade, caráter, cordialidade, dedicação, esperteza,
desenvoltura, inteligência, enfim, tudo que a pessoa manifesta a partir da
cognição racional e afetiva.
A produção anímica por si só não
gera valor social. Para adquirir valor coletivo deve ser aceita pelo grupo e,
principalmente, desfrutada. A coletividade atribuirá o valor individual na
proporção do seu proveito.
Portanto, a avaliação sobre a
pessoa difere absurdamente de grupo para grupo. Cada qual avalia o outro pelas
necessidades e expectativas do grupo ao qual está associado.
Quero dizer que, em todos os
casos, forma-se uma avaliação positiva ou negativa acerca de alguém dependendo
de três pilares básicos:
O grupo ao qual aderiu –
proximidade que gera intimidade
Mesmas percepções e desejos –
identificação volitiva
Atuação no movimento –
congruências das ações no grupo.
Vivemos em um mundo cada vez mais
especializado, ou seja, cada vez mais dividido e subdividido. Por causa da
geografia se forma grupos definidos por cidades, Estados, bairros, condomínios,
etc.
Devido à condição financeira se
forma grupos de mesmo nível social, estratificados em classes A, B, C, D e E.
As grandes empresas são divididas
por Departamentos, Divisões, Seções onde cada qual abriga um grupo específico.
As profissões são cada vez mais
diversificadas e especializadas conforme a ciência que as define, de modo que,
ocorre uma variação grande de grupos profissionais.
Então a força produtiva de uma
pessoa geralmente é mais bem avaliada dentro do seu grupo e mal avaliada fora
dele.
Ao mesmo tempo, o mundo moderno,
de forma diametralmente oposta tenta exceder os limites geográficos, econômicos
e sociais destruindo a idéia de pequenos grupos para formar um único imenso
grupo através tecnologia digital.
Aquele que consegue mostrar sua
força produtiva além do seu grupo com aceitação e desfrute de variados nichos
populacionais adquire prestígio e notoriedade. A longevidade da notoriedade
dependerá da consistência da força produtiva.
Seguindo este raciocínio, um
criminoso, por exemplo, pode ser bem conceituado dentro da sua comunidade onde
sua força produtiva atua em benefício do seu grupo, trazendo ordem, respeito,
auto-estima, dinheiro. Por outro lado, odiado pelo resto da população onde sua
força produtiva atua maléfica.
Assim se define o conceito que criei.