DESÍGNIO

Estava eu limpando a casa quando tive uma pequena epifania, isto é, uma revelação que de tão contundente acontece de maneira suave, com entendimento pleno de um esquema fácil donde surge a pergunta: Como não enxerguei isto antes? A absorção da compreensão ocorre tão naturalmente que aquilo que outrora estava escondido passa a surpreender por sua visibilidade corriqueira.

O conhecimento se integra a nossa sabedoria de forma mansa, pacífica, eterna.

Acontece como instante da coisa que sempre esteve lá encoberto por, agora, um fino lençol.

Tal revelação foi à compreensão de que Deus não nos impõe um castigo, tampouco, um desafio. Deus não está nos testando, nem supervisionando nossas ações ou omissões para qual caminho vamos escolher dentro do nosso livre arbítrio. Simplesmente porque Ele já sabe o que vamos escolher. Ele nos conhece profundamente, sem mistérios.

Os mistérios são nossos. As duvidas são nossas.

Dentro do amor incondicional que tem por nós Ele coloca as situações da vida em nosso trajeto para que possamos nos conhecer. Ele nos conhece com amor absoluto que nos faz a nós nos conhecer.

Cada ser recebe a quantidade exata da vida para conhecer-te a si mesmo. Não há fuga, nem disfarce do autoconhecimento, pois a vida lhe depara com a situação ideal para cada um desvendar-se a si mesmo.

Cada qual desvendando a si próprio é objetivo e bondade Dele que se exalta em conhecimento próprio e completo.

Ele não está para julgar certo ou errado, mesmo porque, o fato antecipadamente esta proposto na exata medida da necessidade que cada um precisa para conhecer-se.

Deus é altruísmo absoluto, nada recebe, nada espera, nada quer, tão-somente, doa incondicionalmente o que precisamos para nos revelar, profundamente nos conhecer.

Deus deu a vida para que cada qual defronte o mundo consigo mesmo na descoberta da própria existência em cada instante do existir.

Sua onipotência, onipresença e onisciência é emanada em uma única energia com objetivo e efeito de nos levar conhecimento. Ele nos conhece e ininterruptamente faz conhecer a nós mesmos.

Só que o ser humano se recusa, apesar da insistência Dele.

Não deixa Ele triste. Essa resistência tem como efeito colateral nossa profunda tristeza.


Ele observa e, em seu imenso amor, continua revelando a nós mesmos apesar de toda resistência e sofrimento nosso.