MONÓLOGO



Discorrerei sobre um tema absurdamente complexo. Todas as idéias, explicações, pormenores desta teoria estão nitidamente presentes em meu entendimento.

Ocorre que a compreensão absoluta da coisa geralmente não toma forma exterior porque é quase impossível expressa-lá através da articulação do pensamento pelas palavras, o que verdadeiramente se quer dizer, se perde. A velocidade do entendimento pessoal é milhões de vezes mais rápido e límpido que a velocidade das palavras proferidas pela voz.

Conversamos e falamos com intenção de nos fazer entender. Nem sempre conseguimos.

Dicotomia. Muitas vezes o que se fala produz conflito no espaço, pois naquele tempo segue velocidade abruptamente inconciliável pela posição geográfica que cada qual, naquele instante, defende com unhas e dentes.

A ruptura resistente das ações íntimas ocorrerá, sem precedentes. E quando cair às máscaras, se verá o que adiante não se quer enxergar.

Do embate de quem vive reminiscências do ideal que gostaria viver padece a carne que apodrece no espaço de um tempo incerto enquanto incisivo na hora de ceifar.

E quando a colheita chegar, onde não mais haverá sofrimento, será imposta a escolha. Decidirá você: se quer permanecer ou se quer enxergar.

Se permanecer: prostrado, imóvel, apodrecendo em silêncio.

Se enxergar: caminhará na via pedregosa, rumo a um destino conquistado.

Incauto, sapiente,

Ou

Desistente, acomodado,

Daquelas palavras acima não há nada de complexo,

Portanto sou um imbecil pretensioso em querer dizer,

O que nem sei falar aos ouvidos de quem escuta,

Se tenho ou não razão,

Seu próprio coração deve julgar,

Sei existir algo, não palpável,

Não se segura nas mãos,

Se derrama entre os dedos,


Semeia a terra outrora infértil.

A terra, o adubo, o terreno é você, imbecil.