BUGADO



O dia que meus dedos correrem em falar como Beethoven;

Meus ouvidos enxergarem como Gogh;

Meu pensamento clarear em Goya;

O dia que meu verbo falar Shakespeare;

Minhas ações coadunarem com Mozart;

Meu coração palpitar na sintonia de Galileu;

Meu céu de estrelas observáveis em Hawking;

Medir as estruturas do Salgado;

Soprar aos ventos fáceis de Lasar;

Respirar naturalmente o ar necessário de Drummond;

Caminhar por estradas retas pavimentadas por Dostoievski;

Entender Ele, como nunca ninguém entendeu.

Este será o Dia. O dia D.

O dia em que,

Sagradas serão todas elas,

No sacramento do meu,

Seu entendimento,

Do encoberto descoberto.

Passaremos despercebidos,

Com mãos pensas,

Olhar perdido,

Entretidos com os pedregulhos,


Do caminho em que caminhamos. Veloz.