Tempo,
Uma trajetória no espaço,
Um lapso da percepção,
Alvorada ao ocaso,
O nascimento à desencarnação.
Tempo,
Nem isso, nem menos, nem mais,
Retilíneo ao eterno,
Uma criança que nos olhos tem brilho,
Daquilo que não se conhece às crenças nas conquistas.
Tempo,
Do velho que mira o horizonte,
Renovando-se em afinco vital,
Ao enfermo onde nunca é tarde,
Para curar-se do mal,
Tempo,
De uma geopolítica memorável,
Chacoalha moléculas, altera estados,
Invisível atua profundo no visível,
Impulsiona a Civilização, põe curso aos seus legados.
Tempo,
Para Brincar,
Se vestir,
Para Lutar,
Se inquirir.
Tempo,
Dedicar esforço para produzir,
Deleitar-se em nenhuma obrigação senão o lazer,
Reunir forças para destruir,
Deparar-se com ato de escolher.
Tempo,
Ente incriado preponderantemente ambíguo,
Nos é familiar ao convívio,
E um completo estranho em seu íntimo.
Nosso mestre, oráculo, professor,
Seus ensinamentos sempre corretos,
Na avaliação é severo,
Cuja nota é glória ou dor.