A fera inteligível vai cedo caçar,
Embrenha-se no emaranhado de vigas,
Concretos altos, caminha pisando em
asfalto,
Se esquiva,
Desvia do aço que veloz pode lhe
cortar.
Conhece a selva como ninguém,
É seu espaço diário,
Nele nasceu, cresceu, vive,
Juntamente com seu bando.
Entrementes, não pode dar bobeira
para o azar,
Sabe dos perigos que espreitam
soturnos,
Com sentidos atentos caminha,
Sobre-avisado dos dentes afiados,
Prontos a lhe machucar.
Busca o alimento,
Tem como objetivo se preservar,
Manter-se vivo,
Acumular proventos tanto quanto
possível,
Certificando-se que no dia seguinte
irá acordar.
A fera inteligível,
Pode ser amigável, mansa,
Mas não se engane: é besta fera,
Pronta pra se defender e atacar.
A besta fera em busca do provento,
Traça estratégia,
Avalia o espaço, se atenta à caça,
Aguarda o momento,
Veemente se lança.
Nem sempre acerta,
Muitas vezes a presa vira predador,
O caçador cai na arapuca.
Mas não há de ser nada,
Amanhã é outro dia,
Do qual a razão irá equacionar.