I – CONCEITO
O conceito de interação é bastante
variado, apesar de essencialmente representar um mesmo entendimento. A variação
do conceito se dá muito mais pelo contexto em que é introduzido do que
propriamente pela diferença do significado. Podemos utilizar a definição de
interação para explicar as relações e bases da aprendizagem; interação social;
interação entre medicamentos; interação relativa aos sistemas de informática; corpos; organismo; matéria; etc.
O conceito é amplamente utilizado e
associado as mais variadas esferas do conhecimento e da ciência, por isso, é um
termo que prendeu minha atenção pela sua persistência fática em todas as coisas
que posso observar e analisar.
Entendo que há uma relação interativa
entre corpos orgânicos e inorgânicos, entre todos os entes materiais e
imateriais. Esta relação de interatividade presente em tudo que conheço é
exatamente a base da minha teoria.
Importante estabelecer alguns
conceitos básicos.
“Interação é um tipo de ação que
ocorre entre duas ou mais entidades quando a ação de uma delas provoca uma
reação da outra ou das restantes”.
“Quaisquer processos em que o
resultado do estado de suas partículas é influenciado pela ação de outra
partícula”.
“Agrupamento das relações ou das
ações que se efetivam entre os indivíduos (pertencentes a um determinado grupo)
ou entre os grupos de uma mesma sociedade”.
“Fenômeno que permite a certo número
de indivíduos construir um grupo e que consiste no fato de que o comportamento
de cada indivíduo se torna estímulo para um outro”.
“Ação recíproca de dois ou mais
corpos uns nos outros”.
“Atualização da influência recíproca
de organismos inter-relacionados”.
“Ação recíproca entre o usuário e o
equipamento”.
São infindáveis os conceitos,
aplicação e pertinência do termo nas diferentes formas e contextos da vida.
Tentarei, ao longo da minha tese,
esmiuçar e explicar como a interação é a pedra angular ou força constitutiva e
unificadora de todas as coisas.
Inicialmente cabe ressaltar dos
conceitos precedentes que a interação necessariamente exige, no mínimo, dois
elementos. Não há interação de único elemento, haja vista, que o processo de
interatuar se forma pelo relacionamento de duas ou mais entidades. Interatuar
significa estar em exercício mútuo com alguma coisa, fazendo com que haja uma
modificação no desenvolvimento ou no estado entre elas.
Deste raciocínio devemos entender a diferença entre único e composto.
Substância é qualquer espécie de
matéria formada por átomos de elementos específicos em proporções específicas.
Podemos considerá-la único devido aos elementos da sua composição ser de uma
mesma espécie, porém, mesmo nestas condições é composta porque sua uniformidade
se dá pelo elo de outras partes menores e individualizadas.
Substância para Baruc de Espinoza não
possui causa fora de si, ele é causa de si mesma. Ela é singular a ponto de não
poder ser concebida por outra coisa que não ela mesma. Entretanto, este
entendimento acerca da substância é muito mais divino do que real. Espinoza
através deste raciocínio tenta provar a existência de um Deus substancial, o
que não é meu objetivo neste momento.
Para exemplificar a idéia de singular,
único em confronto com a idéia de composto, vamos pensar em um copo cheio de
água.
Pense apenas na água. Insípida,
inodora e incolor é uma das substâncias mais singulares que poderíamos pensar,
pois, estando livre de qualquer forma de contaminação é um elemento harmônico,
coeso. Diríamos, portanto, se tratar de uma substância única.
Mas, observando bastante atentamente,
inclusive dissecando sua composição temos que é uma molécula composta por dois
elementos químicos: o hidrogênio e o oxigênio, na proporção de dois átomos de
hidrogênio para um átomo de oxigênio, além, dos sais minerais que interagem em
sua composição.
Neste ponto, importante ressaltar definições
específicas para molécula, átomo e partícula. A diferença entre elas resume-se
da seguinte maneira:
Átomos são as menores partes da
matéria.
Partícula é a menor parte do átomo
(prótons, elétrons e nêutrons).
Molécula é o conjunto de átomos.
Atualmente se sabe que mesmo as
partículas podem ser divididas em pedaços menores que individualmente são
classificados em quarks, de uma variedade de seis tipos (up, down, strange,
charm, bottom e top). Estes, por sua vez, considerados a partícula elementar é
um dos dois elementos básicos que constituem a matéria (o outro é o lepton).
Quarks se combinam para formar partículas.
Do exposto podemos concluir que
coisas são formadas por no mínimo dois elementos. Elementos que se combinam
entre si e, dependendo da interação atuante, tomam esta ou aquela forma.
Portanto, como ficará claro ao longo
da minha explicação, o tipo de interação entre os elementos é causa para a grande
variedade de formas que a matéria adquire e, por conseqüência, a variabilidade
de corpos, organismos e sistemas.