NO FIO DA NAVALHA

WARHOL, ANDY


O Brasil está repleto de incongruências que nos pasmam e nos chocam. São tantas as maledicências estampadas nas manchetes que cria uma atmosfera negra a qual nos horroriza e amedronta diariamente. Às vezes penso comigo: será que o Brasil tem solução?

E o mundo então?!

É tanta desgraceira que parece estar a humanidade caminhado para o fim, o caos, o juízo final vaticinado pelos antigos profetas.

Entretanto, cá com meus botões, na sobriedade do meu espírito reluto e impugno a idéia escatológica, pois acredito na divindade da alma humana. Creio com toda consistência cravada na carne abstrata do meu entendimento que o HOMEM segue a escalada pra cima, o progresso inevitável da ascendência crítica do abastecimento criativo do espírito inacabado.

Acredito no homem, igual acredito na maturidade da Oliveira de Luras, igual acredito na absoluta persistência do estado tukdam, como acredito na remissão do santo sudário, igual meus gatos que interagem em conversas complexas. Acredito no Homem como pontes entre o visível e o invisível. O ponderável e o imponderável.

Acontece que temos a perversa mania de tampar o sol com a peneira. É de uma dificuldade enorme formatarmos a realidade com nossos códigos legais e morais.

Há um racho, na verdade um Canon, entre o que o ser humano faz, daquilo que impõe como forma de agir. Quero dizer que somos hipócritas ao extremo. Nossas atitudes jamais se enquadram na expectativa das nossas atitudes. Temos Leis e todo o caralho a quatro de normas morais, entretanto, a realidade é bem diferente.

Não venha você hipocritazinha, crente da fé que lhe legitima, querer impor discursos do certo e errado, quando na sua vidinha medíocre age falsamente com os outros e, o pior, com você mesmo. Um falso de si.

Na primeira oportunidade difama seu colega de trabalho, na primeira ruptura joga na cara do outro, em momento inoportuno dispara farpas, corrompe, suborna, articula em proveito próprio, mete a mão e a cabeça sem pudor, fere com ardor para ser o melhor.

E ao final consegue aquilo que os outros não conseguiram: poder, vantagem, dinheiro, orgulho.

Orgulho de ser entre tantos o mais esperto, de destacar-se – na passarela do apogeu – caricaturas que nem são suas, então, orgulham-se de ter dominado.

Assim o Brasil está contaminado. Em cada fresta, canto, orifício tem um brasileiro se achando mais esperto que o outro, tentando destacar-se mais que qualquer outro. Ouro dos tolos.

O maior problema não é este, mas o fato de entendermos a Lei de uma forma e a realidade de outra.

Exatamente neste ponto pretendo discorrer minha tese. Tentarei, por todos os meios persuasivos possíveis, convencer vossas sabedorias de que estou falando o melhor.

Defenderei a legalização das drogas como única saída possível para o fim da aviltante escalada da violência no Brasil.

Nas próximas postagens farei uma análise contundente sobre este assunto. Desde já coloco meu posicionamento: LEGALIZAÇÃO DAS DROGAS.


Parece demais, mas não é. Vou dar as bases e argumentos próprios para adequarmos a realidade com a Lei e pararmos de sermos hipócritas, aliás, o que foi reiteradamente condenado por Jesus: a hipocrisia.