EGO

                                                                                             ROMERO BRITO




Diante do poder econômico dos aristocratas,

Me sinto um nada

Diante do poder político dos figurões,

Me sinto um nada

Diante da força dos industriais,

Me sinto um nada

Diante do conhecimento dos cientistas

Me sito um nada

Diante da personalidade dos artistas,

Me sinto um nada

Diante da influência dos intelectuais,

Me sinto um nada

Diante da contagiante desenvoltura de um astro,

Me sinto um nada

Diante de todos soberanamente capazes,

Me sinto um nada

Diante dos que proferem a palavra,

Me sinto um nada

Diante dos construtores e geômetras,

Me sinto um nada

MAS, nada tira de mim a capacidade.

 

Entender-me livre para além de todos AQUELES,

Porque nasci com mesmo direito,

Com batalha ganhada do mesmo jeito,

Ser hoje o quero ser,

Livre pra pensar,

E estar.