AMEDEO CLEMENTE MODIGLIANI
Tuas mãos de cirurgião brancas,
Precisas, delicadas,
Sinto-as percorrer meu corpo,
Sinto-as me fazendo toque,
Me apalpando os seios, abdômen...
Quando te passo o centímetro
Sinto-as medindo minha cintura,
Meu quadril, meu todo.
Quando te passo o sonar
Sinto medo que ouças o tic-tac do
Meu coração – tesão.
Depois de sentir tantas coisas
Tenho medo de sucumbir
E, tuas mãos que fazem nascer,
Me farão morrer de tanto prazer !!!
27/01/1994
Autora: Ana Ornellas