FREDERICK SOMMER
Vivemos uma guerra de boçais contra titereiros.
Por um lado os usurpadores da nação empossados sob ilibada reputação armados com seus pensamentos certeiros com poderosa intelectualidade que explode em lúcido clarão. Por outro lado, uma enorme horda de famigerados farrapos humanos cruéis e sem decência. No meio de tudo isso, a sôfrega massa de pessoas acuadas que se defendem como podem, na medida que temem, atacando tudo e todos irracionalmente.
Acontece que nesta cruel guerra os soldados se confundem, se atira no homem do mesmo exército, não se reconhece farda, não se distingue amigo do inimigo...
Mas... os Coronéis estão à salvo, tranquilamente em seus postos, lustram suas reluzentes botinas e cospem na vermelhidão do sangue da chacina...pensando com os botões das suas engomadas camisas: "quanto pior, melhor"
O povo não percebe o quanto é manipulado...
Há um grupo muito poderoso de poucos associados que ganha estratosféricas cifras com toda esta desordem e criminalidade.
A ferramenta deste seleto grupo é justamente estes incautos bandidos e policiais que se matam no dia-a-dia, acreditando ser espertos...
Enquanto o pobre mata pobre; pobre fardado mata pobre descamisado; miserável incomoda necessitado cidadão; ignorância confronta a desilusão; ódio insuportável transborda sobre razão do ponderável; matamos uns aos outros no jogo apreciado pelos que realmente ganham, que, tão-somente, manipulam as peças.
O povo ainda não percebeu que são nutridos com ignorância, intolerância e ódio para que Eles possam semear a discórdia e desorientação, de maneira a colher seus apreciados frutos.
Quem ganha com esta nossa guerra infantil são as grandes e onipresentes conglomerados de Seguradoras; as potentes fornecedoras das armas; as megaempresas que aumentam seus juros pelo risco-atividade; as poderosas empresas de Segurança Pública-privada; os políticos que prometem; os malditos políticos que se mantêm no comando através de subvenções para necessitados.
Um país desenvolvido, realmente preocupado com sua população não vai dar o peixe... mas a vara para pescar.
Isto é, não adianta criar programas assistencialistas de maneira a manter a família no nível acima da miséria, porém suficiente para não caminhar sozinha.
A sincera política é aquela que fornece subsídios capazes de fortificar e alimentar o cidadão no físico e no espírito, de maneira a conceder meios de se desenvolver sozinho.
Acontece que no Brasil percebo o contrário. Querem nos manter escassos, numa lucidez miserável da percepção, de maneira a fazer acreditar que agimos segundo nosso livre entendimento, quando na verdade o movimento se faz por cordas de fantoches.
Polícia mata ladrão em meio a população ovacionando um ou outro, na verdade, joguetes melindrosos nas ações obscuras dos nossos dirigentes.
Temos a lei que obriga esclarecer os impostos, porém nossos impostos são tão altivantes que na nota fiscal vem escrito: "valor aproximado"
Não existe transparência alguma. Uma enganação. O valor que pagamos em impostos não é revelado, muito menos para aonde vai. Uma hipocrisia absoluta.
O sistema é intrincado para não ser possível conhecer, jamais nós, simples joguetes nas mãos do titereiro. E o rebanho conduzido segue o caminho matematicamente traçado em direção ao matadouro.