![]() |
MARCELO GRECO |
Valor é um termo de difícil definição.
Etimologicamente vem do grego: Axios e do Latim: Aestimabile. Que
quer dizer significação, não indiferença, estima. Daí vem à área de estudo da
Filosofia denominada Axiologia, que investiga a questão dos valores humanos.
De modo simplificado,
pode-se dizer que o valor é o que dá dignidade ao ser. Da mesma forma que a
verdade está para o conhecimento, a beleza está para a admiração, o sabor para
o gosto, a cor para a vista, o valor está para a estima. A estima capta o
objeto valor, assim como audição capta o som, a estética capta o belo, a ética
capta o bem. Só há valor onde houver apreço, empatia, estima, afetividade.
A realidade é o objeto do
conhecimento, o valor é o objeto do sentimento. Os valores do agradável e do
desagradável referem-se ao gozo e ao sofrimento. A verdade é o valor do
conhecimento, a beleza é o valor do belo, a fortaleza é o valor da força, a
virtude é o valor do bem. O valor é, portanto, a significação dada por nossa
razão a tudo quanto o homem se relaciona. É Juízo de valor, modo pelo
qual não se pode julgar os fins a não ser julgando ao mesmo tempo os meios
que servem para alcança-lo.
Filosoficamente Valor é a
interpretação introduzida por nós nas coisas, nas relações entre os homens e
destes com o mundo. Valores são significações dadas pelo homem, no uso de sua
razão, a tudo aquilo que se relaciona, do ente ao objeto, das coisas aos
sujeitos, da objetividade do fazer a subjetividade do pensar e agir no mundo,
físico e metafísico.
Há o mundo das
coisas e o mundo dos valores. Os Valores são sempre uma relação entre: os
sujeitos que valoram e as coisas valoradas. Valor é “Significar”, dar sentido, significado, predicar é dar regras para
as ações práticas, por exemplo: (se, o Ar tem um significado, então é um valor
para os homens e para os seres vivos, logo; a regra é não poluir). O valor
então, com base no que é, orienta o que deve ser.
“O valor é o que orienta o juízo das
escolhas humanas, considerando a relação existente entre meios e fins, de tal
modo que, não se podem julgar os fins a não ser julgando ao mesmo tempo os
meios que servem para alcançá-los”. (J. Dewey)
Para simplificar podemos
entender o Valor como um princípio geral e universal que serve de guia
para o agir e pensar do homem no mundo. O valor está presente no homem, nas
atividades humanas e no mundo humano. O valor é o princípio norteador das
escolhas humanas (os fins), o desejável, o preferível. É guia, norma das
escolhas, por isso carece da consciência e da liberdade - porque só o sujeito
consciente e livre é capaz de fazer escolhas.- Escolhas sempre temerárias, mas
necessárias.
A ESCALA DOS VALORES
Segundo Max Scheler,
(1874-1928) os valores são objetivos e dispostos em ordem eterna o que torna
possível hierarquiza-los. Deste modo, juízo (faculdade de julgar de avaliar,
faculdade de pensar o particular como inserido no geral), é então, um
julgamento crítico sobre as escolhas humanas, uma reflexão propositiva das
relações existentes entre meios e fins de nossa ação no mundo.
Os valores se organizam na seguinte
escala de importância: ÉTICO é o juízo sobre o bem e o mal. Diz daquilo que é
vital/Vida. MORAL e a ação normativa do comportamento,
costumes, hábitos, normas e leis. Diz do Convívio Humano em
sociedade. MATERIAL é o juízo sobre o que é necessário para a
sobrevivência humana. RELIGIOSO é o juízo sobre o que é bom para o
espírito e diz das coisas da alma. O valor ESTÉTICO, que opera
um juízo sobre o belo e o feio e diz das coisas do mundo sensível, da
Natureza. E por último o valor de UTILIDADE que se refere ao juízo do que é
melhor e pior e diz das coisas e dos objetos.
“Atribuir Valor a uma coisa, é
não ficar indiferente a ela. Isto é a principal característica do valor”.