QUEM ESTÁ NA CHUVA É PRA SE MOLHAR

JULIA FULLERTON-BATTEN
JULIA FULLERTON-BATTEN



Como uma chuva seca
É seca a resposta de antemão
Impermeável
vestido com galochas e capa necessários
ao momento da previsão de tempestade
mas, nem sempre a meteorologia acerta.

A seca, do barro rachado
Rechaça a voluptuária intenção
Umidifica toda e qualquer boa intenção
Em não nos precavermos demais
Do próximo.

Em tão próxima seca
Retira ávida o principal elemento
Desidrata em ondas
As águas que tanto nos satisfaz.

Em tão próxima tempestade
Retira depressa um abrigo salutar
Árvore frondosa
Que tantos raios hão de acertar.


Há quem reze pelo tornado
Implore pela escassa chuva destruidora
Que lave em banho de sangue
Uma alma aflita em busca da purificação.

Há quem preveja o fim dos tempos
Abnegado em pensamento
Pela própria salvação.

Há aquele que respeita e ouve trovões
Medita sobre díspares raios de iluminação
Absorto
Não alcança qualquer conclusão

O mistério se identifica exatamente
Nestes, em todos Eles,
Os que têm solução
Também
Os que não têm solução.