![]() |
FAYÇAL BAGHRICHE |
O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM O MUNDO ?!
É uma pergunta que a cada dia que
deparo com os noticiários matutinos e fatos ocorridos ao longo do dia explode
em súbita indignação misturada com pasmada admiração. Sai da garganta pelo
cuspe escarrado de um incomodo catarro que apesar da vergonha que sentimos em lança-lo
não há como engolir.
Parece que o mundo está virado de
cabeça para baixo. O certo virou errado e o errado tornou-se certo. Estamos
vivendo uma imensa crise de valores, seguida de uma revolução social.
Recentemente a polícia prendeu um infrator
que, a pouco, teria cometido um latrocínio. Com o foco dos jornalistas na sua
cara, o sujeito teve a petulância de “ensinar” e advertir: -Vô fala uma coisa,
quando for abordado não reage, entrega seus pertence, porque se reagir a gente
vai ser obrigado a toma as medida de atirar pra matar...
Aquele sujeito altamente credenciado, naquele momento, acabará de criar uma
jurisprudência, com todo poder que lhe é atribuído. Normatizou uma nova regra
para a sociedade, qual seja: “Quando pessoas habilitadas como “nóis” for roubar
o cidadão entregue seus bens passivamente, senão vai ser punido com a morte”.
O ilícito passou a ser norma cogente.
O Brasil, muito mais que uma crise
econômica vive uma enorme ausência de ética e valores sólidos. Nossos políticos
cada vez mais atolados no mar de lama evidenciam uma política infectada pelo
vírus da imoralidade, mentira, traição e negociatas. A política séria deveria
servir para garantir igualdade, justiça e desenvolvimento à sociedade, através
de projetos e administração da coisa pública voltados ao interesse geral,
cuidado da coisa pública com a responsabilidade que merece.
Gerir o bem público, muitas vezes,
não significa alegria e felicidade para todas as pessoas, porque a gerencia
responsável e madura importa em estabelecer regras muitas vezes duras, porém
com o objetivo de satisfazer e engrandecer necessidades gerais, ainda que,
contrarie vontades particulares ou de pequenos grupos.
No Brasil se observa o contrário. A
maioria das atitudes tomadas por nossos governantes visa conciliar interesse de
pequenos grupos ou particulares. A política, com algumas exceções (pois, ainda
existe política séria), geralmente tem o objetivo de defender interesses
daqueles que querem se perpetuar no Poder afastando-se, portanto, do fim
último: desenvolvimento geral.
Os fundamentos mais sublimes da
administração, como por exemplo, a impessoalidade, moralidade e eficiência,
simplesmente são sepultados por uma avalanche de lixo político.
Não bastasse isso, ainda temos as
questões denominadas: “diversidades contemporâneas”
Qualquer intelectualizadinho, em nome
da tolerância e diversidade, aponta o dedo na cara de um sujeito qualquer e
vocifera: “Você deve respeitar o próximo, a diversidade de opiniões”. Diante de
tais palavras somos obrigados abaixar a cabeça e se calar. Nos empurram goela
abaixo suas ideias de mundo, sem que possamos questionar, são algumas delas,
por exemplo: socialismo, comunismo, homossexualidade, evangélicos, PCC,
direitos humanos, estilo musical do momento, raça, ambientalistas, guetos, etc.
Quero dizer que algumas “minorias”, em nome do respeito a diversidade,
simplesmente, impõem uma regra que não pode haver contestação. Atualmente experimentamos
o império do “politicamente correto” concedendo as tais “minorias” a palavra
incontestável.
Fruto do Cristianismo esta ideia foi
totalmente desvirtuada em nossa sociedade contemporânea. Jesus pregou amor e
entendimento entre os homens, estes apropriaram-se das palavras para impor suas
próprias concepções, desrespeitando a diversidade do próximo. DIVERSIDADE é
DIVERSIDADE. Uma opinião não é mais valiosa que outra, todas devem conviver com
mesmo respeito e validade. Foi isso que Jesus disse: “Respeite o próximo como a
si mesmo”. Mas é difícil este entendimento....
Decorre daí os grupos extremistas
como o EI ou grupos criminosos vagabundos que legitimam suas ações contra um “Estado
repressor”, ou, ainda, nichos sociais favoráveis a matança desenfreada dos incômodos
sociais. Morte aos ladrões que não merecem julgamento – gritam.
Entenda bem, sou contra qualquer
forma de imposição. Penso que o mundo caminhando para a verdadeira dissolução
das diferenças com objetivo de encontrar o equânime valor entre todas as coisas
passa por um terrível processo de adaptação.
Nem tudo é pessimismo. Na verdade esta
minha tese defende a crença do futuro promissor. Acredito que estamos no
epicentro da mudança. Nossa geração é o limite da ruptura com a próxima. Estamos
realizando uma transição de governo entre a geração passada e a presente, que
será a futura.
Nossos jovens estão amadurecendo no pensamento todas as bases
para uma nova ordem social para o Futuro.
Temos todos responsabilidades, então,
não devemos ser passivos, principalmente aqueles da minha geração (tenho 43
anos) assumam sua parcela perante o mundo.
Aja conscientemente e com sabedoria,
deixe fluir a emoção com as comportas abertas ao necessário fluxo da vida. Nem mais, nem menos.