ÁLEX ALEMANY
O Mundo realmente mudou muito. É fato
a olhos vistos. Qualquer pessoa que faça a comparação do hoje com o passado
inevitavelmente constatará tal mudança, e digo mais, não precisa ser o passado
distante, basta retroceder cinquenta anos para constatar uma estupenda
diferença.
O salto em avanço e progresso é
imenso. Em pouco tempo o Mundo progrediu vertiginosamente. Sempre haverá quem
diga que avançamos para pior, mas, certamente, a maioria das pessoas que analisar
cuidadosamente concluirá que o progresso aconteceu para muito melhor.
O avanço tecnológico é desnecessário
comentar. Na Medicina, então, nem se fala. São muitos os progressos, porém, os
mais significativos na minha concepção são os relativos a “sociologia dos
costumes” para usar um termo garboso quando, em simplicidade, me refiro ao
desenvolvimento pessoal humano.
Penso que cada ser humano, em sua
íntima reflexão, impelido pela reflexão coletiva do progresso, mudou
paradigmas; converteu conceitos; alterou verdades; criou concepções.
Atualmente, o respeito as liberdades
individuais e coletivas atingiram um nível surpreendente. Questões pessoais,
interpessoais, ambientais, sexuais, políticas, de credo, posicionamentos
diversos, ideologias ou o fim delas, verdades reais e ficcionais, enfim, qualquer
assunto de relevância individual ou coletiva pode e deve ser exposta, refletida
e consumida pelo grupo humano em constante interatividade e conectividade numa
escala Mundial.
Este tipo de aperfeiçoamento moral,
ético, emocional e físico trouxe consequências irreversíveis. Os extremos se
tornaram evidentes e persistentes. Nesta estrada de mão dupla trafegam em
velocidades moderadas ou desenfreadas: a tolerância e intolerância; a paz e violência;
o medo e a coragem; a pobreza e a riqueza (em todos os sentidos); o singular e
o plural; etc.
Um sentimento que ao meu ver se
alterou grandiosamente é a esperança. Percebo atualmente as pessoas menos
esperançosas, talvez reflexo de uma consciência mais realista sobre todas as
coisas. Menos ilusão e mais “pé no chão”, ou simplesmente perda da inocente
crença que as coisas tendem a melhorar. Antigamente,
jovens, crianças e adultos depositavam uma fé obstinada no ano vindouro, como
se fosse ele o salvador de todas as agruras do ano anterior. Hoje, amenidades.
As pessoas encharcadas pelas verdades
esclarecidas sepultaram as crenças singelas. O Papai Noel de antigamente se
tornou o promoter do consumismo de
hoje. A bondade despretensiosa de antigamente é hoje uma ação altruísta com intenção
bem definida. Antes, a esperança na mudança, é hoje a certeza da repetição dos
anos. Acabou o encantamento, uma realidade mortífera substituiu o romance.
Não obstante esta minha tese sobre o
fim das ilusões por causa da empírica realidade dolorida, ainda creio e fantasio,
como muitos fazem o mesmo, principalmente nos dias que antecedem o Novo Ano. Um
contentamento ilusório inebria nosso espírito.
Esta é a mágica do Ano próximo:
Esqueça tudo que escrevi anteriormente, porque, agora, penso muito diferente.
O passado passará.
Inflamou-se, no meu espírito, a
esperança e crença boa de tudo melhorar.
Fazemos a festa de sempre. Exaltando o
desconhecido futuro. Acreditando naquilo que iremos conquistar.
O Ano Novo é uma benção.
Feliz busca por sua perspectiva em
encontrar a felicidade, neste ano que se aproxima.
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