ÍNDIO CHEROKEE
Conta uma estória muito antiga “o
ritual da passagem” praticado pelos povos ameríndios que, muito antes da
colonização inglesa na América do Norte habitavam aquele território.
Certamente, por causa da pangeia,
grupos humanos se espalharam pelo planeta e ocuparam espaços distantes. Os
povos primitivos possuíam muita sabedoria. Isolados em seus espaços geográficos
criaram muitos rituais, símbolos, alegorias, organizações, sociedades na
tentativa de interpretar e expressar o entendimento das coisas do mundo no
plano físico e espiritual. Conseguiram criar elementos profundos. Interessante
que, comunidades distantes umas das outras, se assemelham em concepções
espirituais.
Intervenções à parte, quero contar a
história de uma comunidade indígena específica da América do Norte que, ainda
atualmente, representa 310.000 membros. Uma tribo altamente espiritual e sábia.
Trata-se dos índios CHEROKEE.
Antes do século XVI, eles se
localizavam na região leste dos EUA, mas acabaram sendo expulsos pelos brancos
para o Planalto de Ozark, cordilheira localizada entre os rios Missouri e
Arkansas. A forma peculiar de organizarem-se socialmente, baseado na democracia
e respeito aos direitos individuais, influenciaram enormemente o povo
americano. Dizem que a Constituição Americana foi diretamente baseada nos
princípios democráticos da tribo Cherokee.
Eles praticavam um ritual denominado
“rito de passagem da juventude”, que, não cabe eu explicar, penso que cada
leitor deve tirar suas próprias conclusões. Acho bastante interessante,
carregado de valores reflexivos. Consistia no seguinte:
O pai leva o filho para a floresta durante o final da tarde, venda-lhe os
olhos e deixa-o sozinho. O filho se senta sozinho no topo de uma montanha a
noite toda e não pode remover a venda até que os raios do sol brilhem no dia
seguinte. Ele não pode gritar por socorro para ninguém. Se ele passar a noite
toda lá, será considerado um homem. Ele não pode contar a experiência aos
outros meninos porque cada um deve tornar-se homem do seu próprio modo,
enfrentando o medo do desconhecido. O menino está naturalmente amedrontado. Ele
pode ouvir toda espécie de barulho. Os animais selvagens podem, naturalmente,
estar ao redor dele. Talvez alguns humanos possam feri-lo. Os insetos e cobras
podem vir picá-lo. Ele pode estar com frio, fome e sede. O vento sopra a grama
e a terra sacode os tocos, mas ele se senta estoicamente, nunca removendo a
venda. Segundo os Cherokees, este é o único modo dele se tornar um homem.
Finalmente, após a noite horrível, o sol aparece e a venda é removida. Ele
então descobre seu pai sentado na montanha perto dele. Ele estava a noite
inteira protegendo seu filho do perigo.
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