 |
| HENRI ROUSSEAU
Frescor dos raios solares da manhã...
Transpassando e condensando micropartículas
Poeira iluminadas que sopram os ares da paixão
Como é bom ser jovem
Como é boa a disposição de amar a noite inteira
Virar pelo avesso a enegrecida abóboda celeste
Sentado despretensioso a mirar o mar
No claro azul reluzente céu da manhã de domingo...
Sentimentos ilimitados sempre em sentinelas
Prontas para defender o pensamento mais absurdo
Duma mocidade desmedida e irresponsável
Efervescendo as possibilidades
Duma mente pueril em artimanhas de crer
Ser tudo verdadeiro, existir nada inatingível
Frescor em amanhecer a noite passada
Como se nada chegasse ao fim.
Mas o fim chega, e dele se empenha outro começo...
As realidades são mais reais
A vida não apresenta apenas o sabor do doce
Também do fel
As noites igualmente são belas
Para aconchegar e ninar seu rebento
Os raios rejuvenescedores da manhã
Servem para despertar o porquê de existir
Assumir responsabilidades sobre o atingível
Crer em seus limites para expandir
Encontrar fronteira em cada pensamento
Num escrutínio razoável do muito entendimento.
No dilema do novo e do
velho
Agora entendo o que é melhor
Sempre melhor a época que agora estou
Vivo.
|