MINHA VISÃO DO FUTURO III

FREDERICK SOMMER




Tenho observado com bastante consistência as formas pelas quais a comunicação entre as pessoas tem se estabelecido ultimamente. Não é surpresa alguma para mim - nem mesmo para o leitor que me acompanha - que a resposta, sem sombra de dúvida, será: a digital.

Certamente as relações humanas ocorrem pelas correspondências físicas do cotidiano, como é verdade que ocorrem em mesma intensidade pelas correspondências digitais.

Especificamente hoje, um Juiz de São Bernardo do Campo/SP exarou uma decisão suspendendo a comunicação através do aplicativo WhatsApp, medida que afetou milhões de brasileiros causando tremendo desconforto, pois afetou diretamente a liberdade individual dos cidadãos, tamanha é a proporção como tal aplicativo está incorporado ao patrimônio pessoal de um indivíduo, seja por prazer, lazer, trabalho, profissionalismo, responsabilidades, enfim, utilidades variadíssimas. A questão é que a comunicação digital é parte da nossa vida ao ponto de seu cerceamento representar uma agressão direta à nossa liberdade individual.

Isto é a maior prova da projeção que faço para o futuro.

Antigamente a interação entre as pessoas se dava, exclusivamente, pela aproximação física e sensorial do corpo material. Sabemos que hoje, esta interação ocorre através da interação sensorial do corpo mental.

As relações se estabelecem intensamente a partir de imagem, som e intelecção cognitiva do pensamento.

As emoções compõem seu papel intimista de se perceber individualmente e compartilhar na presença coletiva não necessariamente física.

Esta maneira de socialização está ocorrendo nas gerações mais precoces, ou seja, pessoas com idade em desenvolvimento das suas bases emocionais e cognitivas que estabelecerão suas personalidades futuras aprovam, convivem, desempenham, se produzem através deste novo modelo de interação e comunicação humana.

Antigamente aprendíamos sobre amizade, coleguismo, traição, amor, carinho, respeito, consideração, sexo, escolhas e decisões nas relações grupais de indivíduos da mesma idade. Formávamos grupos com similaridades e correspondências de crescimento emocional e físico, a partir do contado recíproco dos corpos materiais.

Atualmente aprendemos sobre amizade, coleguismo, traição, amor, carinho, respeito, consideração, sexo, escolhas e decisões nas relações grupais de indivíduos da mesma idade. Formamos grupos com similaridades e correspondências de crescimento emocional, a partir do contado recíproco dos corpos imateriais.

A essência em crescer através da relação com outro da mesa espécie, também – em outro grau – das outras espécies jamais mudará. O crescimento humano segue uma disposição eterna, única, substancial.

A mudança ocorre, tão-somente, quanto a forma.

Em tempo oportuno continuarei minha ideia.