ODE À TÁRTARO

IBERÊ CAMARGO



Quando prostrado defronte ao horizonte,
Onde perco os olhos,
Mostra-me enegrecida tão grande a vida,
Hermética como deve ser todas as coisas que tocam...

Preponderantemente em profusão cíclica.

Posso sentir o que jamais antes sentira,
O lumiar dos raios solares,
Adusto no melanoma da minha pele,
Fornicando com o pênfigo dos meus lábios...

Profundamente em profusão enterálgica.


A languidez perpassa meu corpo,
Absorto atônito rogo por este momento,
Sou todo pusilanimidade,
Em intensa plangência acredito no futuro...

Profundamente desdita profusão.

Mas, nem tudo é quezília,
Farta-me rir ao imaginar o Curió,
Pousando suave no fio eletrificado,
Silenciando-se estático seu lindo canto...

Profusão sigo encarniçado.