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| JAN SAUDEK
O prazer corrompe. O corpo humano é afetado sobremaneira por
esta força criadora que empenha todos os esforços em alcança-la.
Corrompe tanto mais na medida de quanto mais se entrega ao
prazer.
O prazer estimula as entranhas; as células; os vasos sanguíneos;
os neurônios; os órgãos; o impulso; o instinto; as ações; as atitudes; o
espírito.
O Foco todo se volta, se converge num único objetivo: prazer.
Todas as partes separadamente e em conjunto se movimentam no
sentido de preservar intenso aquela sensação prazerosa, de maneira que o corpo
age no sentido de provocar, obter, manifestar sempre mais e mais daquilo que
sente mediato ou imediatamente a consolidação satisfatória do prazer.
A causa do prazer é das mais variadas possíveis. Impossível
nominar ou quantificar as causas dos estímulos concretos e abstratos que
invadem o corpo humano na direção dele ou causação dele (o prazer).
A título de exemplos posso citar alguns: sexo, drogas,
música, poder, dinheiro, status, respeito, admiração, força física, força
intelectual, criação artística, violência, altruísmo, etc.
Novamente, acompanhando a filosofia hedonista penso que o
prazer é o elemento propulsor da finalidade moral de cada íntimo individual,
que formata, qualifica e quantifica as especificidades da personalidade de cada
pessoa.
Se você é um religioso, um padre, um ladrão, um bêbado, isto
é, dos extremos da bondade ou maldade, certamente tal condição lhe oferece
prazer, entretanto, o prazer não é consequência da condição que assume,
acredito que você assume este ou aquele papel ou condição por causa do prazer
que necessita sustentar.
Em suma, somos aquilo que nosso prazer determinar. Por isso,
é importante dosar o prazer e, em muitos casos, represar ou reprimir o prazer,
porque senão ele pode te arremessar nas profundezas do descontrole.
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