ALFREDO VOLPI
Atuais problemas brasileiros tem
origem histórica, de maneira que estão arraigados culturalmente na sociedade.
Penso que muitos deles remontam a época da Colonização que, como todos sabem, se
deu pela forma da exploração. Diferentemente da colonização da América do
Norte, aqui vieram não famílias, mas todo tipo de degenerado, aventureiros,
mercadores que tinham objetivo de retirar os insumos naturais de grande valor
econômico e levar para o outro lado do oceano.
O Brasil daquela época era uma terra
inóspita. Florestas densas, animais selvagens, insetos diversos, inclusive os
transmissores de doenças tropicais graves, clima quente, ou seja, tudo que o
europeu não estava acostumado. Portanto, não era uma terra bem vista para
residir. Durante muito tempo o Brasil foi considerado uma terra de exploração,
tão-somente, para retirar as riquezas naturais.
Os bens brasileiros sempre foram
tratados como pertencentes algum grupo elitizado. No início à Coroa Portuguesa.
Depois aos donatários, senhores das Capitanias Hereditárias. Adiante, aos
nobres, eclesiásticos e, mais recentemente, aos políticos.
Os bens do brasil nunca pertenceram
ao Brasil. Nunca integraram o patrimônio da coletividade, onde por meio do
respeito as normas estabelecidas deveriam adquirir valor subjetivo por toda
sociedade.
Sempre pequenos grupos se apoderaram,
se apossaram para proveito próprio.
Resultado: todo indivíduo que de
alguma forma se relaciona com o bem público, logo entende como sendo seu, e não
dos outros. Surge um sentimento possessivo que precisa tomar para si e não
dividir com mais ninguém. Faz do público o privado. Isto está na cabeça de
milhares de brasileiros.
Também não sou favorável ao Comunismo,
porque no final, aqueles que estiverem no comando irão ter todo Estado nas mãos
em proveito próprio. A antiga e derrotada URSS acabou porque não conseguiu
sustentar sua ideologia hipócrita. Pequenos grupos detinham todo o Poder sem se
preocuparem com a coletividade, importavam-se consigo mesmo, no que se alastrou
a corrupção e má gerencia da coisa comum.
Precisamos, apenas, respeitar a coisa
comum sem implorar pelas coisas fáceis, mas pela saúde para nos dar força para
trabalhar e conseguir através do suor do rosto.
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