TOMIE OHTAKE
Essa vida
linear: do início do amanhecer ao fim de um dia de trabalho,
Ao entardecer:
expectativa duma saída com honra,
O sentimento
de ofício cumprido,
Circulando
como horas, passam-se os minutos,
Vivenciamos
cada segundo...
Um mundo
novo.
Aquilo que
traz a si a crença de ter chegado à algum lugar,
Conquistado
o lugar ao Sol,
Para, mais
tarde, orgulharmo-nos com nossos filhos...
Refloresce
em nós as gramíneas exterminadas,
Florescem
rosas do início ao fim
Mas ao apagar
das luzes sente-se os espinhos
D’alguma
flora por vir...
Num verão de
dia outro qualquer,
Preparamo-nos
com as advertências do outono
Para num
contencioso inverno
Apaziguarmo-nos
em primavera...
Esta vida
nada linear: do início do nascimento ao fim de acabar,
Resvala-se
em tanto sofrimento antes de experimentar o gargalhar,
Ainda que o
sorriso persista, persiste também o taciturno,
Numa vida
que segue um cotidiano de tantas coisas,
Nada
iguais...
É de se
pensar:
Que será que
pensa o Universo inteiro?
Como inteiro
que é, como único que expande em átomos...
Que será que
pensa Ele de nós?!
E nós, que
D’Ele pensamos?
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