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| JAMES ENSOR
O Muro
Como uma espinha dorsal se estende linear
Para separar o bem do mal
Para delimitar o corpo
Duas faces da mesma terra
Duas margens confluentes num único rio.
O Muro, se estende
Para certificar que divergentes reassumam posições
Para rachar esta gente que em sofreguidão
Seguem civilizadamente
Crendo que estão contribuindo para o país.
O Muro se estende, ao longe
Porque de longe é a batalha do povo
Intensificado por sentimentos exaltados
Perdem-se em politicagem
De sentimentos rasteiros.
O Muro se estende ao longe, pacífico
Porque esmaecidas são as ideologias brasileiras
Vivemos o errado como certo
O certo como errado
Porque naturalmente aprendemos ganhar
Ponto pacífico: é não ficar pra traz
Ainda que seguir em frente seja necessário se enquadrar.
O Muro se estende longe pacífico, sem chegar a lugar algum
O poder que emana do povo não alcança o Poder
Seguem os poderosos nas suas artimanhas, brincadeiras, jogos
Os de um lado e de outro do muro esmurram vento
Engolem sátiras de si mesmo.
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