VERÁS VOCÊ O QUÊ APREENDEU

JULIA FULLERTON-BATTEN



Sou um homem parcimonioso, não gasto energia com pouca coisa, com bobagens. Por isto, sou relativamente tranquilo e paciente. O fato tem que ser espetacularmente grandioso para me tirar do eixo, ficar com aquela raiva de doer os nervos e incendiar a vingança no olhar. Estes estados que em algumas pessoas basta uma fagulha para acender, em mim ocorre praticamente numa densa camada de gelo até derreter e alcançar meus ânimos. Nesta perspectiva sou considerado uma pessoa passiva, calma, centrada, boba...

Mas, algumas coisas REALMENTE me tiram da observação relevante dos contrastes capazes de fomentar um julgamento imparcial sobre as vicissitudes comumente afetas ao ser humano em sua circunspecção única e ao mesmo tempo inserido no coletivo, dos quais tenho obrigação de melhor conviver...

Certas coisas humanas me liberam para outra avaliação, cuja qual não aceito e me devoram em labaredas de raiva, são elas:

1)    Tenho vertente raiva de quem me diz o que tenho que fazer, quando, é claro como a luz solar, que aquele que fala não sabe o que faz;

2)    Aquele que exprime opinião não pelo que sente, mas pelo que está acostumado a considerar como certo;

3)    As pessoas que se desculpam por tudo;

4)    Aqueles que explicam os sentimentos;

5)    Todos que sentem, mas não se doam, mantendo uma superficialidade nas relações;

6)    Aqueles que o importante é ter e não ser;

7)    A tirania dos incapazes;

8)    O ciumento, o invejoso, o subserviente, o dependente eterno;

9)    O muito perfeito e correto;

10)           O religioso intérprete literal das escrituras;

11)           Todos que estipulam os próprios conceitos (aprendidos, observados, absorvidos) como único e verdadeiro;

12)           Aquele que faz de si a muralha;

13)           Quem roga por Jesus, sem nunca compreender os céus.

Apesar de toda a raiva que me acomete quando do surgimento de algum destes fatores, continuo seguindo meu caminho observando e apaziguando meu entendimento sobre minha própria pessoa, para após, enxergar a outra.