JOAN MIRÓ
(“In
memoriam André”)
Fechei
os olhos na tentativa de sentir
A
suave brisa envolvendo meu corpo
O
calor do sol aquecendo meu coração
Uma
lembrança boa
Um
dia como qualquer outro
Mas
não adiantou
Fui
invadido pelo barulho ensurdecedor
Uma
lufada de vento e estilhaços
O
arremesso do meu corpo
Pelos
ares voava meu pensamento
Flutuava
um estranho sentimento
Algo
muito ruim realmente acontecia
Seria
os atos dos homens
Seria
os fatos de Deus
Que
tragédia ou punição recai
Sobre
este e aquele frágil ser
Que
separado pelas mãos
Pelos
laços desfalecidos
Chega
a morte abrupta do ente querido
Será,
então, e para sempre solidão
Crueldade
tamanha há que superar
O
ser que precisa se reinventar
Diariamente.
|