UM CUBO DE MILHÕES DE FACES

JOSEF ALBERS




Que nos faz diferentes, senão a forma de nos interpretar?

Que nos faz diferentes, senão o que por fora se pode julgar?

Que nos faz diferentes, senão a ambição em ser diferente?

Que nos faz diferentes, senão a percepção de nossa individualidade?

Ainda que sejamos uma igualitária massa universal

Ainda que saibamos ser por dentro igual

Ainda que múltiplas cores e credos, sejamos geneticamente
Universal

(e todas os elementos do Universo são, em suma, uma única substância)

Será isto Deus?

A unicidade de todas as aparentes diferenças?

Será você o astro porque joga o meu jogo?

Será você meu herói porque é desta forma que luto?

Será você o renomado artista porque é como me expresso?

Será o diferente cultuado por cultivo ao nosso próprio aspecto destacado?

Será a poesia, decerto, a particularidade do mundo?